Estudo liga consumo de alimentos ultraprocessados a mais de 30 doenças

Pesquisas apontam que mais de 57 mil óbitos por ano estão ligados à ingestão desses alimentos

06/03/2024 00h00 - Atualizado em 06/03/2024 às 16h36

Por redação

Um novo estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros revelou que o consumo de alimentos ultraprocessados está ligado a 32 doenças e inúmeras mortes no país. A pesquisa foi desenvolvida no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), Fiocruz, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de Santiago do Chile. O número de óbitos chega a 57 mil por ano.

As estatísticas mais atualizadas da Organização Mundial da Saúde apontam que cerca de um bilhão de indivíduos globalmente enfrentam a questão da obesidade. Dentro dessa cifra preocupante, estão incluídos aproximadamente 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças.

O estudo classifica alimentos ultraprocessados aqueles que passaram por diversas alterações e contém muitos aditivos e ingredientes industriais. São incluídos nesta categoria biscoitos recheados, refrigerantes, pizzas congeladas, nuggets e salsichas. Conforme a pesquisa, alimentação baseada nesse tipo de comida é mais comum para pessoas mais jovens, mais pobres e moradores de áreas desfavorecidas e vulneráveis.

É estimado que esse tipo de alimentação corresponde a mais de 40% da dieta da população de alguns países, como é o caso da Austrália e dos Estados Unidos, por exemplo. No Brasil, o consumo desses produtos aumentou cerca de 5,5% em 10 anos.

Uma pesquisa recente publicada no renomado periódico científico britânico The BMJ revelou que produtos como salgadinhos, biscoitos e refrigerantes estão intimamente ligados a uma série de 32 impactos negativos na saúde, aumentando consideravelmente o risco de doenças graves e morte prematura.

Com uma análise minuciosa de 45 estudos, esta publicação é reconhecida como uma das mais abrangentes dentro desse âmbito, sendo objeto de investigação por diversas disciplinas na área da saúde. O processo de revisão envolveu a colaboração de especialistas de instituições líderes em todo o mundo, incluindo a Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, a Universidade de Sydney, na Austrália, e a Universidade Sorbonne, na França.


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