Por Victória Bissaco
A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma doença metabólica caracterizada pela presença de pequenos cistos nos ovários. Esse distúrbio pode impactar diretamente na qualidade de vida das mulheres acometidas. Pensando nisso, um projeto de pesquisa desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) oferece acompanhamento multiprofissional para essas pacientes.
O projeto tem início nesta sexta-feira (8), considerado o Dia Internacional das Mulheres. O objetivo principal desde estudo é analisar como uma dieta com redução em carboidratos aliada a exercícios físico ajuda nesse distúrbio. A SOP pode trazer inúmeros malefícios, como risco como a resistência à insulina (aumento de açúcar no sangue), diabetes, pressão alta, obesidade, entre outros.
A participação no projeto é gratuita. Para fazer parte da pesquisa, é necessário ter acima de 18 anos, residir em Campo Grande, possuir diagnóstico da SOP por médico ginecologista, bem como ter Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25. O IMC é calculado dividindo-se o peso em kg, pelo quadrado da altura, em metros. A participante também não pode estar em acompanhamento nutricional ou atividade física fora da pesquisa.
São seis professores, três acadêmicas do curso de Medicina e profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde da Família responsáveis pelo projeto de pesquisa. O coordenador, Antônio José Grande pontua a importância do acompanhamento de pacientes com essa síndrome metabólica. “A SOP tem impacto significativo na vida de nossas participantes, podendo gerar irregularidades menstruais, infertilidade, obesidade, síndrome metabólica, além de distúrbios gerados pelo hirsutismo [crescimento anormal de pelos] e acne”, pontua.
O coordenador explica que será realizada uma avaliação inicial e outra após três meses do início da intervenção. “Iremos avaliar diversas características da qualidade de vida das pacientes, como trabalho, atividades alimentares e sedentarismo”. Também será avaliada a composição corporal e exames laboratoriais. “Assim, esperamos ver melhoras abrangendo as esferas biopsicossociais das participantes e avaliar o impacto nos sintomas da doença”.
O estudo conta com apoio financeiro da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), por meio do edital Acelera UEMS. O diretor-presidente, Márcio de Araújo Pereira explica que, com o investimento na pesquisa, a expectativa é um retorno positivo à sociedade. “O papel da Fundação é trabalhar o desenvolvimento. Essa é nossa meta. Projetos práticos como esse do ovário policístico são exemplos do que têm feito a Fundação”.
O acompanhamento clínico das voluntárias será realizado no ginásio poliesportivo do Centro de Referência de Assistência – CRAS Albino Coimbra Filho, no bairro Jardim Aeroporto. O espaço possui academia completa para musculação, aberta também à comunidade externa, sob as orientações dos residentes em Educação Física da UEMS.
As inscrições podem ser realizadas pelo WhatsApp (67) 99353-2184; Instagram @sop.uems; ou pelo E-mail sop.uems@gmail.com.