Ministério da Saúde faz novo estudo das sequelas da covid-19 na população brasileira

Serão feitas visitas domiciliares a 33.250 pessoas em 133 municípios

11/03/2024 00h00 - Atualizado em 11/03/2024 às 18h22

Por redação

Nesta segunda-feira, 11, o Ministério da Saúde deu início à segunda fase da coleta de dados de um estudo de base populacional sobre a COVID-19 no Brasil. Ao longo do mês de março, serão realizadas visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram a doença e residem em 133 municípios brasileiros. O propósito declarado pelo ministério é obter informações que subsidiem a formulação de políticas públicas voltadas para o tratamento das condições pós-COVID ou "COVID longa", consideradas como sequelas da doença.

Denominado Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de COVID-19 no Brasil, o estudo é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e realizado em colaboração com a Universidade Federal de Pelotas. O Ministério enfatizou que, até o momento, não existem estimativas nacionais sobre o impacto de longo prazo da doença. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% das pessoas infectadas desenvolvem condições pós-COVID, independentemente da gravidade inicial.

A coleta de dados deve durar entre 15 e 20 dias, envolvendo 250 cidadãos de cada município, que participaram das quatro rodadas anteriores do estudo em 2020 e 2021.

A pesquisa abordará questões relacionadas à vacinação, histórico de infecção, sintomas de longa duração e impactos da doença na rotina diária. Diferentemente das fases anteriores, não serão realizados testes de sangue ou outros testes de COVID. A empresa LGA Assessoria Empresarial será responsável por todas as entrevistas, sendo que os entrevistadores serão identificados com crachás e coletes.

Para esclarecimento da população, as prefeituras das cidades envolvidas foram informadas sobre o estudo, e uma reunião online foi realizada com o epidemiologista Pedro Halla, coordenador da pesquisa, e representantes do Ministério da Saúde. Em caso de dúvidas, os moradores foram orientados a entrar em contato com as prefeituras. A empresa LGA também está disponível para contatos telefônicos.

O Epicovid-19, realizado entre 2020 e 2021, desempenhou um papel crucial no entendimento dos efeitos e da disseminação do vírus no Brasil. Concluiu-se que a quantidade de pessoas infectadas era três vezes maior que os dados oficiais, e os 20% mais pobres apresentavam o dobro do risco de infecção em comparação com os 20% mais ricos. Para marcar os quatro anos desde a classificação da COVID-19 como pandemia pela OMS, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um memorial às vítimas da doença, situado no Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o memorial é uma iniciativa de preservar a memória das vítimas e sublinhou que, embora a emergência sanitária tenha sido superada, a COVID-19 continua sendo um desafio de saúde pública.


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