Pesquisadores apontam que chikungunya causa danos cerebrais e métodos de tratamento precisa de mudanças

Achado revela que o vírus pode atravessar a barreira que protege o sistema nervoso central, causando sequelas ou levando o paciente à morte.

16/03/2024 00h00 - Atualizado em 16/03/2024 às 17h44

Por redação

Pesquisadores de diversas instituições, incluindo a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), revelam a capacidade do vírus chikungunya de se disseminar pelo sangue, afetar múltiplos órgãos e causar danos cerebrais, destacando a urgência de revisão nos protocolos de tratamento. Os achados, divulgados na revista científica Cell Host & Microbe, identificam uma nova via de ação do vírus, que pode atravessar a barreira hematoencefálica e gerar complicações neurológicas graves, enfatizando a necessidade de uma vigilância contínua da doença.

A presença do vírus em amostras de líquor cefalorraquidiano confirma sua habilidade de atingir o sistema nervoso central, podendo resultar em sequelas significativas ou até mesmo em óbito. Além disso, foram observadas manifestações como problemas circulatórios, fragilidade vascular e desequilíbrios no sistema imunológico em pacientes infectados.

A análise realizada em diferentes grupos de pacientes permitiu constatar que a gravidade da doença não está relacionada a mutações específicas do vírus ou a comorbidades preexistentes. Em vez disso, sugere-se que a resposta imunológica exagerada à infecção seja um fator determinante para o agravamento dos sintomas.

Diante dessas descobertas, os pesquisadores enfatizam a importância de reavaliar os protocolos de atendimento e de vigilância da chikungunya, bem como investigar o cenário de agravo da doença em outras regiões do país. Essas medidas são cruciais para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, visando reduzir o impacto da doença na saúde pública.

A pesquisa, realizada por uma equipe multidisciplinar, envolvendo virologistas, médicos, epidemiologistas, físicos e estatísticos, destaca a necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios apresentados pela chikungunya. A colaboração entre diferentes áreas do conhecimento é fundamental para compreender melhor a doença e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e controle.

Essas descobertas representam um avanço significativo no entendimento da chikungunya e destacam a importância da pesquisa científica na busca por soluções para os problemas de saúde pública. Elas fornecem insights valiosos para orientar políticas de saúde e diretrizes clínicas, com o objetivo de melhorar o manejo da doença e mitigar seus impactos na população.

A investigação realizada no Ceará, um dos estados brasileiros mais afetados pela chikungunya, destaca a necessidade de vigilância constante e de medidas preventivas para conter a propagação do vírus. A disseminação da doença em diferentes regiões do país reforça a importância da colaboração internacional e do compartilhamento de informações entre pesquisadores e autoridades de saúde.


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