Por redação
Xenotransplante refere-se à troca de órgãos entre espécies diferentes. Em todo o mundo, inclusive no Brasil, diversos centros de pesquisa investigam e testam o uso de porcos geneticamente modificados como fonte de órgãos para transplante.
Entre os desafios enfrentados para o sucesso dos xenotransplantes estão a rejeição dos órgãos transplantados, o crescimento inadequado dos órgãos e até mesmo a transmissão de doenças. Os principais órgãos estudados para xenotransplante são rins e coração.
Recentemente, o médico brasileiro Leonardo Riella liderou o primeiro transplante de rim de porco para um paciente humano vivo em Boston, EUA. Embora o quadro do paciente fosse grave, não foi divulgado o prognóstico para sua expectativa de vida após o transplante.
Estudos anteriores sugerem que o xenotransplante pode beneficiar pacientes com insuficiência renal sem doadores compatíveis, cuja expectativa de vida é menor que o tempo de espera por um órgão humano.
Em pesquisas prévias, médicos realizaram transplantes de rim suíno em pacientes com morte cerebral. Em um caso notável, o rim permaneceu funcional no corpo humano por dois meses.
Além de rins, a Universidade de Medicina de Maryland realizou xenotransplantes de coração de porco em pelo menos dois pacientes.
Para mitigar os riscos, os porcos utilizados em transplantes são criados em condições estéreis, e técnicas de edição genética, como a "Crispr", são empregadas para inativar vírus e doenças que possam ser transmitidos.
Os porcos geneticamente modificados, conhecidos como "porcos de 10 genes", são projetados para evitar reações imunológicas e crescimento descontrolado dos órgãos transplantados.
A administração de imunossupressores ajuda a prevenir a rejeição do órgão transplantado. Algumas técnicas de edição genética eliminam marcadores que alertam o sistema imunológico, enquanto outros "marcadores humanos" podem ser adicionados para enganar o sistema imunológico.