Por redação
No Japão, um novo estudo sugere que todos poderão ter o mesmo sobrenome eventualmente, a menos que as leis restritivas de casamento mudem. No entanto, a queda na taxa de casamento e o rápido declínio populacional podem contradizer essa tendência.
Diferentemente de muitas das principais economias mundiais que aboliram essa tradição, o Japão ainda requer legalmente que os casais compartilhem o mesmo sobrenome, geralmente o do marido. Movimentos estão surgindo para mudar essas regras, liderados por defensores dos direitos das mulheres e por aqueles que valorizam a diversidade dos sobrenomes japoneses.
Segundo um estudo liderado pelo economista Hiroshi Yoshida, da Universidade Tohoku, todos os japoneses poderiam ter o sobrenome "Sato" até 2531, se as regras permanecerem as mesmas. Atualmente, "Sato" é o sobrenome mais comum no Japão, seguido por "Suzuki" e "Takahashi".
Yoshida, cujo sobrenome é o 11º mais comum, faz parte do "Think Name Project", um grupo que defende mudanças legais para permitir que os casais mantenham ambos os sobrenomes após o casamento. No entanto, ele reconhece que essa projeção depende de questões como a taxa de casamento, que tem diminuído constantemente.
O Japão enfrenta uma crise populacional, com uma taxa de fertilidade de 1,3, bem abaixo do necessário para manter a população estável. O envelhecimento da população também é um problema, com os idosos representando uma proporção cada vez maior.
O primeiro-ministro Fumio Kishida alertou sobre essa crise, destacando a queda na taxa de natalidade e suas consequências para as funções sociais do país. Além disso, em muitos países da Ásia oriental, os sobrenomes são menos diversos, e a extinção de nomes é um fenômeno natural devido ao processo Galton-Watson, especialmente em sociedades patrilineares.