Por Andrella Okata
O Brasil superou a Bélgica como o principal mercado de exportação para veículos chineses eletrificados, de acordo com dados do setor. Esse movimento acontece enquanto montadoras da China direcionam suas vendas para fora da Europa, em meio a uma investigação antitruste em curso pela União Europeia.
Essa ascensão também é impulsionada pela antecipação do aumento do imposto de importação no Brasil, que agora é aplicado a carros elétricos desde o início de 2024 e foi ampliado para híbridos. Conforme o plano do governo federal, o imposto aumentará gradualmente até 35% até 2026 para carros elétricos, partindo de uma isenção total, e de 12% para híbridos.
As exportações de carros elétricos e híbridos plug-in para o Brasil aumentaram 13 vezes em relação a 2023, alcançando 40.163 unidades em abril, se consolidando como o país com o maior mercado de exportação pelo segundo mês consecutivo, de acordo com dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA).
Em janeiro, o Brasil ocupava o 10º lugar no ranking dos maiores mercados de exportação de carros chineses.
Montadoras chinesas estão intensificando seus investimentos para produção local no Brasil. A BYD está construindo um complexo fabril no país, com previsão de iniciar a produção local até o final deste ano ou início de 2025, enquanto a Great Wall Motor anunciou que sua fábrica no Brasil começaria a operar este mês.
Em abril, o Brasil também se tornou o segundo maior destino de exportação da China para todos os carros, ficando atrás apenas da Rússia, que mantém a liderança.
Nos primeiros quatro meses do ano, as exportações de automóveis chineses para a Rússia aumentaram 23%, alcançando 268.779 veículos; enquanto as exportações para o México e o Brasil aumentaram 27% e 536%, para 148.705 e 106.448 veículos, respectivamente.