Por Andrella Okata
Os incêndios no Pantanal dispararam mais de 1000% nos primeiros seis meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. A seca atingiu níveis recordes no rio Paraguai, principal bacia do bioma, afetando Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Os dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que em Mato Grosso do Sul, que abriga 60% do Pantanal brasileiro, foram registrados 698 focos de incêndio até junho de 2024, em comparação com os 62 do ano anterior. Em Mato Grosso, que detém 40% do bioma, os números também aumentaram significativamente, com 495 focos em 2024 em comparação com os 44 de 2023. Somando esses dados, o total de focos de incêndio em 2024 já ultrapassou 1100, tornando este o segundo pior ano desde 2010, atrás apenas de 2020, quando cerca de um quarto do Pantanal foi consumido pelo fogo.
A antecipação e a intensificação dos incêndios são acompanhadas por uma seca severa. O rio Paraguai, vital para o ecossistema do Pantanal, está mais de 2 metros abaixo da média, afetando não apenas a vida selvagem, mas também as atividades humanas, como o abastecimento de água e a navegação.
A situação crítica levou a ações de emergência por parte das autoridades. O Corpo de Bombeiros lançou a Operação Pantanal para combater os incêndios, enquanto medidas de restrição foram implementadas, como a proibição da queima controlada, visando evitar ainda mais danos ambientais.
Esses eventos ressaltam a urgência de uma resposta coordenada para proteger o Pantanal. Organizações ambientais e governamentais estão mobilizando esforços para mitigar os impactos e prevenir futuras catástrofes, reconhecendo a importância vital desse ecossistema único.