Focos de incêndio cresce em MS e mais de 50 mil hectares do Pantanal já foram afetados

Em junho o número registrado é de 58 focos por dia

14/06/2024 00h00 - Atualizado em 14/06/2024 às 13h06

Por redação

Em menos de duas semanas desde o início da estação seca, Mato Grosso do Sul já enfrenta sérios riscos de incêndios. Até agora MS registra uma média de 58 focos de incêndio por dia em junho, totalizando 759 focos.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o número de focos de incêndio em junho deste ano é o maior já registrado na história, superando os 508 focos de junho de 2020, quando o Pantanal sofreu graves incêndios.

O dia 12 de junho foi o pior até agora, com 195 focos de incêndio ativos detectados por satélites. O Pantanal também atingiu um recorde histórico, com 733 focos em apenas 13 dias, ultrapassando os 435 focos de junho de 2005.

Segundo a Ecoa, mais de 50 mil hectares do Pantanal já queimaram. Corumbá perdeu 21,9 mil hectares, a região do Forte Coimbra 1,6 mil hectares, e Paraguai-mirim 27 mil hectares. Esses dados foram atualizados até 5 de junho e provavelmente são maiores agora.

Especialistas têm alertado para uma seca histórica no Pantanal, que aumenta o risco de incêndios florestais. O período crítico para incêndios normalmente vai de junho a outubro.

No mês de abril o Governo de Mato Grosso do Sul declarou estado de emergência ambiental por 180 dias, devido às condições climáticas que favorecem incêndios. O decreto estabelece ações como queimas prescritas, reguladas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

Áreas com alto acúmulo de biomassa, identificadas pelo Sistema de Inteligência do Fogo em Áreas Úmidas (Sifau), poderão ter queimas controladas, mesmo durante a vigência do decreto. Além disso, serão feitos aceiros com até 50 metros de largura em cercas de divisa de propriedades, e o governo poderá contratar serviços relacionados a queimadas sem licitação.

A bacia do Rio Paraguai foi oficialmente declarada em situação de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A resolução, válida até 31 de outubro de 2024, considera a baixa quantidade de água disponível. Essa é a terceira vez que a ANA declara escassez hídrica em rios brasileiros.

O Pantanal enfrenta a pior seca em 60 anos, com níveis de chuva muito abaixo da média. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o déficit hídrico acumulado na bacia do Rio Paraguai até março foi de 276 mm. As chuvas de abril reduziram esse déficit em apenas 20 mm, e é improvável que chova acima da média no próximo trimestre.

O baixo nível do rio já afeta a navegação no Rio Paraguai, especialmente na hidrovia usada para exportação de minério. A seca também deve impactar a geração de energia, turismo, lazer e pesca.


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