Por Lauren Netto
Professores de universidades e institutos federais em Mato Grosso do Sul começaram a retomar parcialmente suas atividades após aceitarem uma proposta do Governo Federal. A greve dos servidores, que já dura mais de dois meses, foi motivada por reivindicações como reajuste salarial e reestruturação de carreiras.
Na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), enquanto alguns professores não aderiram à greve, outros continuam paralisados, aguardando uma decisão oficial. Segundo o Sindicato dos Professores da UFMS (Adufms), a retomada completa do calendário acadêmico depende de uma reunião realizada hoje (25) com a Reitoria e o PROGRARD para discutir propostas de calendário e a volta às aulas.
No Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), a greve não foi oficialmente encerrada, mas várias unidades retomaram atividades parciais. Nos campi de Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas, o retorno das aulas está ocorrendo de maneira gradativa, com algumas unidades retomando totalmente as atividades a partir desta semana. Em Campo Grande, os professores têm até dois dias (24 e 25 de junho) para se organizar e comunicar a retomada das atividades aos alunos.
Apesar do retorno parcial, os técnico-administrativos do IFMS não concordaram com a proposta do Governo e decidiram continuar com a greve. Segundo a Adufms, uma decisão pela saída coletiva da greve ainda depende da adesão de outras seções sindicais que compõem o sindicato nacional da categoria, Andes-SN.
Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública destacaram que a aceitação da proposta do governo é um passo importante, mas a retomada completa das atividades dependerá da confirmação de todas as entidades envolvidas.
Confira a nota à imprensa do dia 21 de junho, da ADUFMS:
Diante de constantes dúvidas a respeito da saída coletiva da greve docente, a Adufms se dirige aos veículos de imprensa de Mato Grosso do Sul para reforçar, por meio desta nota, o que foi comunicado durante live nesta quinta-feira (20 de junho). Durante a Assembleia Geral realizada na terça-feira, 18 de junho, foi decidido por ampla maioria que a Adufms aceita a nova proposta do governo federal, bem como defende a saída coletiva da greve. No entanto, tais informações geraram questionamentos, que serão respondidos objetivamente a seguir:
A greve acabou?
Não. A Adufms é uma seção sindical que compõe o Andes-SN, sendo este o sindicato nacional da categoria. A aceitação da proposta do governo depende da adesão da maioria das entidades componentes do sindicato, ou seja, das demais seções sindicais, que representam docentes de outras universidades federais.
O que é saída coletiva?
Ao exemplo explicado anteriormente, chama-se saída coletiva. Ou seja, quando uma seção sindical não se retira de uma greve nacional de forma unilateral, e sim aguarda que sua opção pela saída da greve seja respaldada pela maioria das seções sindicais, de forma coletiva.*
Há previsão de retorno das aulas?
Ainda não é possível afirmar que há tal previsão. Diante da decisão pela saída da greve, o comando de greve, que é formado por representantes do corpo docente (professores) e discente (estudantes), elaborou uma minuta para retomada do calendário. No entanto, este processo se encontra em construção.
Onde são realizadas as decisões?
As decisões da Adufms enquanto entidade são tomadas por votação em assembleias gerais. Na próxima terça-feira, 25, haverá nova Assembleia Geral da Adufms para definição dos procedimentos, a partir das 13h30. O encontro será realizado na sede da Adufms (Av. Senador Filinto Müller, 558) de forma híbrida, com transmissão e participação em cada unidade da seção sindical no interior, em locais indicados pelos respectivos representantes sindicais.
A Adufms realizou ontem (25) uma nova Assembleia Geral para definir os próximos passos e procedimentos para a volta às aulas. A assembleia foi realizada na sede da Adufms em Campo Grande, com transmissão híbrida para participação de representantes sindicais em outras unidades no interior do estado.