Por Lauren Netto
O governo de Mato Grosso do Sul tomou medidas drásticas nesta segunda-feira (24) para conter os incêndios que assolam o Pantanal. O governador Eduardo Riedel declarou situação de emergência aos municípios do Estado afetados por incêndios florestais, abrangendo parques, áreas de proteção e preservação nacionais, estaduais ou municipais, assim como casos de propagação de fogo sem controle ou em qualquer tipo de vegetação que possa acarretar queda na qualidade do ar.
O decreto de emergência, publicado no Diário Oficial do Estado, tem validade de 180 dias. Durante este período, todos os órgãos estaduais estão autorizados a mobilizar-se sob a coordenação da Defesa Civil para realizar ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução. Em situações de risco iminente, os agentes poderão entrar em residências para prestar socorro, ordenar evacuações e utilizar propriedades particulares. A medida também dispensa a necessidade de licitações para garantir a continuidade dos trabalhos emergenciais relacionados a obras, aquisição de equipamentos e serviços.
De acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), até o último domingo (23), mais de 600 mil hectares foram consumidos pelas chamas, sendo 480 mil hectares no Mato Grosso do Sul. O cenário atual já supera os recordes de devastação de 2020, levando o governo federal a reforçar os recursos disponíveis, incluindo aeronaves adicionais e tropas da Força Nacional.
A situação de emergência foi decretada devido a vários fatores críticos. Mato Grosso do Sul enfrenta um período de seca e estiagem prolongada, o que resultou em um aumento exponencial dos focos de calor. As queimadas também têm causado prejuízos significativos para a agropecuária pantaneira, afetando a vegetação, solo, fauna, bens materiais e a segurança da vida humana.