Por Andrella Okata
Nesta semana, o mercado de boi gordo no Brasil apresentou sinais de estabilidade e recuperação. Com um volume reduzido de animais disponíveis nos pastos do Centro-Sul do país, pecuaristas têm adotado estratégias para limitar a oferta de gado pronto, o que pode impactar positivamente os preços no início de julho. Além disso, o setor tem observado um aumento significativo nas exportações de carne bovina, projetando um recorde para o mês de junho.
Os valores do boi gordo estão firmes em diversas regiões. Em São Paulo, o preço da arroba do "boi China" alcançou R$ 223,00, enquanto o boi comum foi cotado a R$ 217,00, novilhas a R$ 210,00 e vacas a R$ 192,00. No Mato Grosso do Sul, os preços foram de R$ 215,00 para o boi China, R$ 212,00 para o boi comum, R$ 201,00 para novilhas e R$ 193,00 para vacas. Já no Mato Grosso, o boi comum foi cotado em média a R$ 207,00, novilhas a R$ 193,00 e vacas gordas a R$ 185,00. A redução na escala média de atividade fabril para 11 dias tem proporcionado um certo conforto ao mercado.
Apesar dos desafios enfrentados pelos pecuaristas, como custos de produção elevados e consumo doméstico de carne bovina mais restrito, a situação atual não é tão desfavorável devido à absorção de pressões negativas anteriores.
É perceptível um aumento no ritmo de abates, com uma participação significativa de fêmeas desde 2022, embora tenha havido um recuo recente. A escassez esperada de oferta de bezerros e gado magro entre 2025 e 2027 indica um possível ciclo de transição na pecuária brasileira, com impactos diretos nas futuras disponibilidades de carne bovina.
As exportações de carne bovina também têm se destacado, com previsão de novo recorde para junho. Até a última atualização da Secretaria de Comércio Exterior, foram embarcadas 146,2 mil toneladas, com um ritmo diário de 9,7 mil toneladas e um aumento de 6,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Se mantido este ritmo, os embarques totais devem alcançar 194,7 mil toneladas, apesar da redução média de preço de 11,6% em relação a junho de 2023, registrando US$ 4.469 por tonelada.
Diante desses indicadores, o mercado de boi gordo no Brasil se posiciona para uma fase de recuperação gradual, impulsionado pela demanda externa robusta e pela estratégia de gestão de oferta adotada pelos produtores. O cenário futuro aponta para desafios e oportunidades, refletindo as dinâmicas complexas da economia agrícola nacional.
