Médicos celebram progresso na cobertura vacinal infantil no Brasil

Movimento Nacional pela Vacinação é o responsável, diz ministra

15/07/2024 00h00 - Atualizado em 15/07/2024 às 20h02

Por Lauren Netto

Especialistas em vacinação e saúde infantil comemoram o recente aumento na cobertura vacinal no Brasil, atribuindo o progresso a ações coordenadas entre governo, sociedades médicas e pais. Esse avanço significativo resulta em vidas salvas e na prevenção de doenças graves.

De acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (15) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças não vacinadas no Brasil diminuiu, tirando o país da lista dos 20 países com mais crianças sem imunização.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, credita essa melhoria ao Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro de 2023. Segundo Nísia, o ano de 2023 marcou uma reviravolta na cobertura vacinal do país, que vinha em declínio desde 2016. “Conseguimos reverter esse cenário, graças ao retorno da ciência e da confiança da população nas vacinas do SUS [Sistema Único de Saúde],” afirmou a ministra.

A ministra celebrou o aumento na cobertura de 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil, destacando a importância do esforço das famílias em manter a caderneta de vacinação das crianças atualizada. Entre as vacinas que apresentaram crescimento estão a poliomielite, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, entre outras.

Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), explica que a recuperação na cobertura vacinal tem um efeito imediato e direto na saúde pública, evitando doenças infecciosas e salvando vidas. Melissa Palmieri, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), acrescenta que a alta cobertura vacinal protege também as crianças que não podem ser vacinadas por razões médicas, reduzindo a circulação de agentes infecciosos.

A confiança nas vacinas foi crucial para esse progresso, destacam os especialistas, apesar da circulação de informações falsas sobre os imunizantes. Flávia Bravo enfatiza que a combinação de desinformação e desconhecimento sobre a gravidade das doenças contribuiu para a queda da cobertura vacinal nos anos anteriores.

O Ministério da Saúde e as sociedades médicas, com estratégias como o microplanejamento, conseguiram ampliar a vacinação em todo o país. Em 2023, R$ 150 milhões foram destinados a apoiar essas ações, e o mesmo valor está previsto para este ano.

Flávia Bravo destaca que o avanço do Brasil na vacinação é um exemplo para o mundo, comprovando a capacidade e o compromisso do Programa Nacional de Imunizações. Ela alerta que a manutenção de altas taxas de imunização é essencial para evitar surtos de doenças como poliomielite e sarampo.

Melissa Palmieri reforça que pais e responsáveis têm a responsabilidade de garantir a saúde das crianças, cumprindo seu papel de assegurar a vacinação conforme as recomendações das autoridades de saúde.

A ministra Nísia Trindade destacou o papel do personagem 'Zé Gotinha' na campanha de vacinação, simbolizando a importância das vacinas para salvar vidas.


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