Por Andrella Okata
A Operação Pantanal 2024, uma ação conjunta entre o Governo de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal, foi intensificada para combater os incêndios florestais no Pantanal sul-mato-grossense. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, visitaram a região para formalizar o reforço financeiro de R$ 137,6 milhões.
De acordo com a NOAA, o primeiro semestre de 2024 foi o mais quente registrado em 175 anos, com temperaturas globais 1,29°C acima da média histórica. Em Mato Grosso do Sul, as temperaturas superaram a média global, alcançando até 2°C acima do normal.
O meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec, destacou que as condições de seca no estado se agravaram desde outubro de 2023, afetando gravemente o Pantanal. O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, observou que a baixa pluviosidade e a crise hídrica na bacia do Paraguai resultaram em incêndios frequentes, prejudicando lavouras de soja e milho.
Desde o início do ano, cerca de 594 mil hectares do Pantanal foram queimados. A Operação Pantanal 2024, que já dura mais de 100 dias, mobiliza 516 bombeiros militares, além de equipes do Ibama, ICMBio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas, totalizando mais de 400 pessoas e 11 aeronaves.
Com chuvas esperadas apenas a partir de outubro, a situação é preocupante. O governador Eduardo Riedel alocou mais de R$ 25 milhões dos cofres estaduais para reforçar a estrutura do Corpo de Bombeiros, enquanto o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional liberou R$ 13,4 milhões para a Defesa Civil.
A proibição de queimadas, incluindo as controladas, foi estendida por 180 dias devido ao alto risco de incêndios. Infratores serão autuados, e já foram iniciados 20 inquéritos para responsabilizar aqueles que desrespeitarem a proibição.
“Todo esse aporte de recursos do governo do Estado e da União visa garantir infraestrutura adequada para as nossas forças de segurança e evitar a repetição dos incêndios de 2020, que devastaram mais de 3 milhões de hectares do Pantanal”, destacou Jaime Verruck.