Estudo sobre poluição por agrotóxicos no rio Formoso não aponta contaminação como divulgado

Relatório da ONG Fundação Neotrópica não encontrou agrotóxicos no Rio Formoso; análise gerou impacto negativo nas áreas turísticas da região

28/07/2024 00h00 - Atualizado em 29/07/2024 às 18h49

Por Andrella Okata

Um estudo recente da ONG Fundação Neotrópica sobre a presença de agrotóxicos nos cursos d’água da bacia da Serra da Bodoquena, que inclui a rota turística de Bonito, Jardim e Bodoquena, não encontrou evidências de contaminação no Rio Formoso. A análise, no entanto, foi mal recebida e gerou impactos negativos para o setor turístico local.

A conclusão de que não houve detecção de agrotóxicos no Rio Formoso foi discutida extensivamente durante uma reunião extraordinária do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Bonito (Comdema) realizada no dia 26 de julho.

O encontro, que durou quatro horas, revisou a metodologia da pesquisa e criticou a forma como os resultados foram apresentados. Segundo os conselheiros, o estudo da Fundação Neotrópica não incluiu pontos de amostragem no Rio Formoso e não apresentou níveis de agrotóxicos que excedam os parâmetros legais estabelecidos.

Durante a reunião, foi aprovada a criação de um programa de monitoramento sistemático dos rios da região, coordenado pelo Comdema com apoio financeiro do Estado. A iniciativa visa garantir a qualidade das águas e evitar futuros impactos negativos na imagem dos destinos turísticos.

O trade turístico local também se manifestou, ressaltando que, embora não tenha sido comprovada a presença significativa de agrotóxicos, o baixo nível detectado deve servir como alerta para a necessidade de proteção contínua.

Entre as ações públicas e privadas para proteger os mananciais da Serra da Bodoquena, destacam-se a fiscalização contínua pela Polícia Militar Ambiental (PMA) e pelo Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul), além de leis estaduais que regulamentam a proteção dos rios e suas nascentes.

Um Plano Diretor está sendo elaborado para Bonito, que incluirá um estudo detalhado da drenagem urbana e medidas para controlar o turvamento das águas. O plano também prevê a readequação do sistema de tratamento de esgoto, redirecionando o efluente tratado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para o Rio Miranda, em vez do Rio Formoso, como é feito atualmente.


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