Colheita de milho em Mato Grosso do Sul registra a 3ª pior safra dos últimos 10 anos

Perdas podem ultrapassar R$ 9 bilhões devido ao impacto da seca e queda na produtividade

29/07/2024 00h00 - Atualizado em 31/07/2024 às 18h53

Por Andrella Okata

A safra de milho segunda safra 2023-2024 em Mato Grosso do Sul enfrenta uma crise com a produção projetada para ser a terceira mais baixa dos últimos dez anos. O boletim Casa Rural, divulgado na última terça-feira (30), revelou uma redução de 19,1% na produção, que caiu de 11,4 milhões de toneladas para 9,2 milhões de toneladas. A queda representa uma diminuição de cerca de 34,7% em relação à safra anterior (2022/2023).

A produtividade estimada para a safra caiu de 86,3 para 69,77 sacas por hectare, uma redução de 30,7% em relação à previsão inicial. Segundo Mateus Fernandes, analista de Economia da Associação dos Produtores de Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), o valor da quebra na segunda safra de milho pode alcançar aproximadamente R$ 9,25 bilhões.

A situação pode ser ainda mais grave, uma vez que os números atuais não são definitivos, com a amostragem das áreas ainda em andamento e previsão de conclusão para 13 de setembro. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja-MS, destacou que a seca foi a principal causa da perda de potencial produtivo. "Esta condição adversa impactou uma área total de 765,8 mil hectares em Mato Grosso do Sul. (...) Além das baixas produtividades registradas no campo, também observamos perdas totais da produção, onde o produtor acaba passando o rolo faca, pois a colheita não compensa", explicou Balta.

Dados do projeto Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS) mostram que, além das áreas severamente impactadas pela seca, outras 575,6 mil hectares estão em condições regulares, totalizando 1.341.400 hectares com algum nível de perda produtiva. Apenas 876,5 mil hectares estão em condição considerada "boa".

Até o momento, 65,9% das lavouras foram colhidas em Mato Grosso do Sul, com progresso variando por região: 82,8% na região norte, 66,1% na região sul e 56,1% na região centro. A área colhida até agora é de aproximadamente 1,4 milhão de hectares, o que representa um avanço de 49,7 pontos percentuais em comparação com a safra 2022/2023 para a mesma data.


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