Por Andrella Okata
A Climatempo divulgou na segunda-feira (5) imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que revelam a dispersão da fumaça dos incêndios no Pantanal para os estados do Sul do Brasil. As imagens mostram nuvens extensas de fumaça, representadas por pontos brancos, se deslocando a partir da região costeira de Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul.
Os ventos, com uma intensidade de 850 hPa (aproximadamente 1.500 metros acima do nível do mar), desempenham um papel crucial no transporte da fumaça. Eles dispersam os poluentes e afetam a qualidade do ar em regiões distantes das fontes de incêndio, conforme explicou a Climatempo.
O Pantanal tem enfrentado uma das temporadas de incêndios mais intensas do ano. Os redemoinhos de vento, fumaça e poeira, juntamente com rajadas fortes e labaredas altas, tem gerado preocupação devido às condições climáticas típicas do inverno.
O mês de agosto, conhecido por suas ventanias, não só carrega a fumaça como também exacerba o fogo. A Cordilheira dos Andes, uma barreira natural, altera os padrões de vento e direciona a fumaça para o Sudeste e Sul do Brasil. Além disso, os Andes bloqueiam a umidade do Pacífico, contribuindo para a seca no interior do continente durante o inverno. Esta seca intensifica as queimadas, resultando em maior quantidade de fumaça transportada para outras regiões, como explicou a Climatempo.
Até agora, o mês de agosto registrou 1.677 focos de incêndio em Mato Grosso do Sul, segundo monitoramento do Inpe. O meteorologista de Campo Grande, Natálio Abrão, observou nas imagens de satélite que a emissão de fumaça também está vindo do oeste de Mato Grosso. Ele prevê que a situação deve melhorar ainda nesta semana com a chegada de uma nova frente fria que trará ar polar para Mato Grosso do Sul.
“Essas situações devem persistir pelo menos até a sexta-feira (9) com a chegada de nova frente fria avançando pelo litoral do Brasil e trazendo forte ar polar para Mato Grosso do Sul.”, afirmou Abrão.