Por Lauren Netto
O Brasil e a China celebram, na última quinta-feira (15), meio século de relações diplomáticas, uma parceria que se consolidou ao longo dos anos e transformou a China no principal destino das exportações brasileiras. Desde agosto de 2023 até julho de 2024, o Brasil exportou mais de US$ 58 bilhões para o país asiático, registrando um crescimento de 10% em comparação ao período anterior.
A sólida relação entre os dois países, iniciada em 1974, ganhou força nas últimas décadas, com destaque para o setor do agronegócio. De acordo com dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI), as exportações de produtos agrícolas brasileiros para a China totalizaram US$ 28,44 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024.
Produtos como soja, milho, açúcar, carnes (bovina, suína e de frango), celulose e algodão lideram a lista de exportações para o mercado chinês. O aumento nas exportações foi impulsionado, em parte, pela habilitação de 38 novas plantas frigoríficas brasileiras pela China em março de 2024, expandindo o número total de empresas autorizadas a exportar para o país de 106 para 144.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou a importância das relações bilaterais: “É determinação do presidente Lula que retomemos as boas relações diplomáticas com os países. Nestes 50 anos, tivemos muitas oportunidades comerciais com a China, tanto que ela se tornou nosso maior parceiro. Aqui no Mapa trabalhamos para que tenhamos mais progressos bilaterais econômicos.”
Além das exportações, o Brasil também importou cerca de US$ 1,18 bilhão em produtos chineses, incluindo produtos florestais e têxteis. O secretário da SCRI, Roberto Perosa, destacou os frutos colhidos dessa diplomacia bem-sucedida: “As relações diplomáticas entre Brasil e China, especialmente sob a gestão do presidente Lula e do ministro Carlos Fávaro, alcançaram um patamar sem precedentes. Da diplomacia bem-sucedida, colhemos os frutos de negociações comerciais robustas, que consolidaram a China como o nosso principal parceiro estratégico no agronegócio.”
A relação estratégica entre Brasil e China também foi fortalecida pelas missões ministeriais realizadas pelo ministro Carlos Fávaro à China, sendo a mais recente em junho de 2024, quando o Governo Federal firmou um acordo para promover o café brasileiro na maior rede de cafeterias do país asiático, prevendo a compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café.
A China é atualmente o único país com dois postos de adidos agrícolas brasileiros em Pequim, refletindo a importância da manutenção do diálogo e das relações comerciais entre as duas nações. Perosa concluiu que essa aproximação permite avanços significativos e fortalece ainda mais o papel do Brasil no cenário global.