Por redação
A juíza eleitoral Flávia Simone Cavalcante condenou o presidente da Câmara Municipal de Cassilândia, Arthur Barbosa de Souza Filho, por assédio contra a vereadora Sumara Leal, durante uma sessão no legislativo local. A condenação resulta de um episódio em que Arthur interrompeu a fala de Sumara, cortando seu microfone, e fez comentários depreciativos, sugerindo que a vereadora "deveria usar o resto do corpo para trabalhar, como usa a língua".
O Ministério Público Eleitoral baseou a acusação no Artigo 326-B do Código Eleitoral, que tipifica como crime o assédio, constrangimento ou discriminação contra mulheres detentoras de mandato eletivo, especialmente quando motivados por questões de gênero. Em depoimento, Sumara relatou que, após o incidente, foi alvo de ataques pessoais por outros vereadores e nas redes sociais, inclusive com perfis falsos espalhando difamações contra ela e sua família.
Arthur Barbosa, em sua defesa, negou intenção pejorativa e alegou que seus comentários referiam-se ao "trabalho braçal". No entanto, a juíza Flávia Simone considerou que o vereador ultrapassou os limites da imunidade parlamentar, condenando-o a um ano de reclusão, pena substituída por prestação de serviços à comunidade e multa equivalente a três salários mínimos.
Além disso, Arthur Barbosa foi condenado a pagar R$ 10 mil em danos morais à vereadora Sumara Leal. A sentença também inclui o pagamento de custas processuais. O caso gerou forte repercussão na cidade, com críticas da população e de grupos de defesa dos direitos das mulheres.
Sumara, emocionada, manifestou-se nas redes sociais, lamentando o ocorrido e afirmando que continuará a exercer seu papel de vereadora com firmeza. Ela ressaltou a importância de denunciar e enfrentar situações de assédio e discriminação, especialmente no ambiente político. "Vou continuar representando com a minha língua, fala e não o restante do meu corpo. Incomode a quem queira, vou continuar fazendo o meu papel", declarou a vereadora.