Governo Federal anuncia programa que fornecerá gás de cozinha gratuito para 20 milhões de famílias

Medida faz parte da Política Nacional de Transição Energética, que visa combater a pobreza energética no país

25/08/2024 00h00 - Atualizado em 29/08/2024 às 18h50

Por Lauren Netto

O governo federal divulgou um novo programa que fornecerá botijões de gás de cozinha gratuitamente a mais de 20 milhões de famílias brasileiras até dezembro de 2025. A iniciativa foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de lançamento da Política Nacional de Transição Energética nesta segunda-feira (26), destacando o papel crucial do setor energético na execução das funções sociais do Estado.

Durante o evento, Lula enfatizou que a transição energética representa uma oportunidade imperdível para o Brasil, ao mesmo tempo em que criticou duramente a privatização da Eletrobras, classificada por ele como um "crime de lesa-pátria". Segundo o presidente, a venda da estatal, conduzida nos últimos anos, foi um erro grave que prejudicou o patrimônio nacional.

"O Estado precisa cumprir seu papel sem buscar ser nem máximo, nem mínimo, mas eficiente. Não podemos aceitar a ideia de que o setor privado sempre faz melhor. O Estado também tem que ser bom", afirmou Lula. Ele ressaltou que empresas estatais, como a Eletrobras, desempenham um papel essencial na implementação de políticas sociais, que não seriam prioritárias sob gestão privada.

No lançamento da política, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a nova medida será um marco no combate à pobreza energética no país. Ele afirmou que o "Gás para Todos" se tornará o maior programa de acesso ao cozimento limpo do mundo, promovendo a substituição do uso de lenha por gás de cozinha.

"O governo federal vai garantir que 20 milhões de famílias tenham acesso ao gás de cozinha até o final de 2025, ampliando o acesso a um recurso essencial para milhões de brasileiros", disse Silveira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também esteve presente e frisou que essa nova política de transição energética terá efeitos positivos em diversos setores, incluindo o campo e a indústria. Haddad ressaltou que o Brasil está diante de uma oportunidade única para se beneficiar da transição energética, aproveitando seus recursos naturais e a mão de obra qualificada do país.

A Política Nacional de Transição Energética, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a sustentabilidade. O governo projeta que essa política poderá atrair cerca de R$ 2 trilhões em investimentos na economia verde nos próximos 10 anos, gerando aproximadamente 3 milhões de empregos.

A política também inclui a criação do Fórum Nacional de Transição Energética, que reunirá diferentes atores públicos e privados para debater e construir uma transição energética justa e inclusiva. O Plano Nacional de Transição Energética (Plante) será outro instrumento-chave, articulando a política energética com outras iniciativas governamentais, como o PAC, o Plano Clima e a Nova Indústria Brasil.

O Plante será dividido em dois eixos: um focado nos setores industrial, de transportes, elétrico, mineral, e de petróleo e gás natural; e outro com uma abordagem transversal, abordando marcos legais e regulatórios, combate à pobreza energética e atração de investimentos.


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