Por Andrella Okata
A produção de leite em Mato Grosso do Sul alcançou 100,29 milhões de litros entre janeiro e julho de 2024, marcando um crescimento de 0,90% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar dessa leve alta na captação, os desafios persistem para os produtores locais, com um aumento de 8% nos custos de ração e a crescente pressão das importações.
O Boletim Casa Rural Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) revela que o preço do leite em julho de 2024 subiu para R$ 2,64 por litro, uma melhora de 16,2% em comparação com o ano anterior, quando o litro era vendido a R$ 2,27. Essa alta é atribuída à redução na oferta do produto durante a entressafra.
No entanto, o preço médio do leite em Mato Grosso do Sul ainda está abaixo da média nacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio nacional do leite em junho foi de R$ 2,7524 por litro, representando um aumento de 3,25% em relação ao ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o valor médio do leite em MS é 14,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2023.
O relatório da Famasul também indica que, dos 1.181 produtores de leite assistidos pela ATeG em MS, 61% vendem leite para indústrias e 39% produzem derivados lácteos. O preço médio recebido pelos produtores foi de R$ 2,29 por litro, com aqueles que entregaram mais de 300 litros por dia recebendo até R$ 2,51.
Em relação aos custos de produção, a relação de troca melhorou 6,2% de junho para julho, refletindo a valorização do preço do leite em relação ao custo do farelo de soja. No entanto, o custo da mistura (60 kg de milho e farelo de soja) aumentou 8,2% em um ano.
O "Índice Leite MS", publicado mensalmente pelas Secretarias de Meio Ambiente e Fazenda de MS, mostrou uma queda de 1,24% na cesta de produtos lácteos em julho de 2024 em comparação ao mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve um aumento de 0,40 pontos percentuais, mas a cesta registrou uma redução de 8,35% nos últimos 12 meses.
Embora os custos de produção tenham subido, as margens dos produtores ainda são positivas devido ao aumento das cotações do leite. O Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,62% de junho para julho na média nacional.