Por redação
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraná está prestes a enfrentar sua terceira crise hídrica em menos de uma década. A crise, que já impactou a região entre 2020 e 2021, agora volta a assolar a Bacia do Paraná, que abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, além de partes da Bolívia, Paraguai e Argentina.
O diretor da Ecoa (organização dedicada à preservação ambiental dos biomas amazônico, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal), Alcides Faria, enfatiza que a gravidade da situação é acentuada pela alta concentração econômica e populacional na região.
Faria destaca que o impacto mais preocupante da crise hídrica é de ordem social. A falta de água para abastecimento urbano pode levar a racionamentos severos e a um aumento dos custos para manutenção do fornecimento de água. Muitas famílias podem enfrentar dias sem água potável.
Em São Paulo, por exemplo, a situação é alarmante. "Seis dos sete sistemas de água que abastecem a região metropolitana estão mais secos hoje do que há um ano", informa um artigo da Folha de São Paulo, refletindo o agravamento da crise hídrica na área.
Além dos desafios no abastecimento de água, a crise hídrica também afeta a geração de energia. A Bacia do Paraná é responsável por mais de 60% da produção hidrelétrica do Brasil. Com a diminuição do volume de água nas represas, são ativadas termelétricas, que geram energia a um custo muito maior por quilowatt-hora. Esse aumento nos custos de produção eleva as tarifas de energia, reduzindo o poder de compra das famílias e impactando negativamente a economia.