Dados indicam que umidade do solo em Mato Grosso do Sul atinge o 2º menor nível em 30 anos

Semeadura da soja está autorizada a partir de 16 de setembro, mas previsões climáticas indicam desafios adicionais para o plantio

12/09/2024 00h00 - Atualizado em 14/09/2024 às 00h21

Por Andrella Okata

A umidade do solo em Mato Grosso do Sul caiu para o segundo menor nível dos últimos 30 anos, conforme dados da EarthDaily Agro, empresa especializada em sensoriamento remoto via satélites. O levantamento também destaca que o Mato Grosso e o Paraná enfrentam níveis históricos de seca, com a umidade do solo no menor patamar dos últimos três décadas.

Apesar de a semeadura da soja em Mato Grosso do Sul ser liberada a partir de 16 de setembro, após o fim do vazio sanitário, a baixa umidade do solo e o calor intenso poderão impactar o plantio. A umidade do solo no Estado é superior apenas ao nível registrado em 2021, mas a previsão é de que, apesar de uma possível melhora, os níveis ainda permaneçam abaixo da média nos próximos dias.

O modelo europeu ECMWF sugere que as condições secas podem persistir pelos próximos 10 dias, dificultando o início da semeadura da soja no Estado. Além disso, o modelo americano GFS prevê que a média das temperaturas poderá superar em até 7°C a normalidade.

No Paraná, as condições também são preocupantes: nos últimos 10 dias, as temperaturas foram de 3°C a 7°C acima do normal e as chuvas foram inferiores a 3 milímetros. A baixa umidade prejudicou o desenvolvimento do trigo. Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro, aponta que a previsão do ECMWF indica possíveis chuvas e aumento da umidade em algumas áreas do Paraná após o dia 20, o que pode aliviar o estresse hídrico das lavouras de trigo e permitir o plantio da soja.

Os modelos ECMWF e GFS preveem temperaturas acima da média para a maior parte do Brasil. No Rio Grande do Sul, há previsão de chuvas abaixo da média nos próximos dias, suficientes apenas para um pequeno aumento na umidade.

Projeções do Bank of America (BofA) indicam que o Brasil pode enfrentar uma onda de calor severa entre setembro e novembro, com mais de 50% de chance de temperaturas elevadas e baixa precipitação nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Essas condições intensificam a ocorrência de queimadas, trazendo impactos devastadores para o agronegócio. A combinação de calor extremo e baixa umidade eleva o risco de incêndios, afetando diretamente as plantações e a pecuária.

O aumento das queimadas pode resultar em perdas significativas para os produtores, prejudicando a qualidade do solo e a produtividade agrícola. A fumaça gerada pelos incêndios compromete a fotossíntese das plantas, exacerbando o ciclo de danos a longo prazo para o setor.


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