Fumaça de queimadas torna o ar em Mato Grosso do Sul até 25 vezes mais poluído

Autoridades emitem alertas de saúde e implementam medidas emergenciais contra os efeitos do tempo seco

13/09/2024 00h00 - Atualizado em 13/09/2024 às 19h42

Por Lauren Netto

A qualidade do ar em Mato Grosso do Sul atinge níveis críticos, agravados pelas queimadas e pela seca que assolam o estado e várias regiões do Brasil. A fumaça densa que encobriu Campo Grande na manhã desta sexta-feira (13) é reflexo desse cenário preocupante, com o ar tornando-se cada vez mais irrespirável, especialmente em cidades próximas à Bolívia, como Corumbá, onde os índices de poluição são 25 vezes superiores ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o monitoramento realizado pela empresa suíça IQAir, especializada em qualidade do ar, seis cidades sul-mato-grossenses apresentam níveis de poluentes muito acima do permitido. Entre elas, Corumbá é a mais afetada, enquanto Aparecida do Taboado apresenta um cenário menos severo, sendo classificada como "insalubre para grupos sensíveis".

O levantamento mostra que a poluição em Campo Grande já é quase 20 vezes maior do que o aceitável pela OMS, com situações similares em Costa Rica, Dourados e Ponta Porã, onde o ar é considerado "insalubre" para a população em geral.

Incêndios florestais e clima seco intensificam a crise ambiental

O estado de Mato Grosso do Sul também enfrenta um crescimento nos focos de incêndio, com 32 municípios registrando novos pontos de calor nos últimos dias. Apenas nas últimas 48 horas, foram contabilizados 454 focos ativos. A seca prolongada e as queimadas são os principais responsáveis pelo agravamento da poluição, que afeta diretamente a saúde da população.

Moradores de Corumbá e Ladário relatam dificuldade para respirar e irritação nos olhos devido à densa névoa que cobre as cidades diariamente. Em resposta, as autoridades locais suspenderam as aulas e emitiram recomendações para que as pessoas evitem atividades ao ar livre.

Medidas emergenciais e previsões climáticas

Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) já havia implementado um plano de contingência no ano passado para enfrentar os períodos de calor intenso e seca. A recomendação inclui a distribuição de orientações para redes de saúde sobre como lidar com pacientes afetados pelo tempo seco e as consequências das queimadas.

Especialistas alertam para os riscos de doenças respiratórias, especialmente para crianças, idosos e portadores de doenças crônicas. O uso de máscaras apropriadas e a hidratação constante são fortemente recomendados para minimizar os efeitos do ar contaminado.

A previsão do tempo indica que um leve alívio pode chegar no próximo domingo (15), mas os especialistas destacam que o problema é persistente e requer atenção contínua nos próximos meses.


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