Marina Silva acusa "terrorismo climático" e pede penas mais severas para incendiários

Ministra do Meio Ambiente denuncia incêndios intencionais como um ataque ao meio ambiente e à saúde pública

16/09/2024 00h00 - Atualizado em 16/09/2024 às 04h36

Por Lauren Netto

Em um pronunciamento feito no último sábado (14) em São Carlos, São Paulo, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acusou indivíduos de estarem perpetuando um "terrorismo climático" no Brasil. Segundo Silva, as altas temperaturas e a baixa umidade estão sendo exploradas para provocar incêndios que causam danos significativos à saúde pública, à biodiversidade e às florestas do país. Em entrevista a veículos de comunicação, a ministra destacou que, apesar da proibição nacional do uso de fogo, há quem persista em agir de maneira criminosa.

Silva enfatizou a necessidade de ação contínua por parte dos agentes públicos já mobilizados, pois, segundo ela, há uma intenção deliberada por trás desses incêndios. Atualmente, apenas dois estados não enfrentam seca, e a ministra defendeu a imposição de penas mais rigorosas para os infratores. A legislação em vigor prevê penas que variam de um a quatro anos de prisão.

"Não podemos aceitar que, diante de uma das maiores secas da nossa história e com a proibição em vigor, pessoas continuem a atear fogo", afirmou Silva. Ela destacou os impactos graves desses incêndios na saúde pública, no meio ambiente e na economia, comparando o fenômeno ao acionamento de um "barril de pólvora" e enfatizando a gravidade da situação.

A ministra também revelou que 17 pessoas foram presas e 50 inquéritos estão em andamento. Silva sugeriu que haja uma rede de indivíduos incentivando esses crimes, uma hipótese que poderá ser confirmada com o trabalho de investigação da Polícia Federal (PF). Ela comparou os incêndios criminosos ao ataque de 8 de janeiro de 2023, enfatizando que ambos visam criar caos e instabilidade no país.

A ministra também relatou que o prejuízo em São Paulo já alcança R$ 2 bilhões para os agricultores, especialmente os plantadores de cana-de-açúcar. Até o momento, 900 mil hectares de áreas agrícolas e pecuárias foram queimados, 1,4 milhão de hectares em campos de pastagem e 1 milhão de hectares de áreas florestais.

Silva observou que uma floresta úmida, por natureza, tem a capacidade de se regenerar e extinguir incêndios. No entanto, os efeitos da mudança climática estão reduzindo essa umidade, e cerca de 32% dos incêndios atuais são resultado de ações intencionais para degradar as florestas.


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