Por Andrella Okata
Uma imagem do fotojornalista Saul Schramm revela o desafio de apagar incêndios no Pantanal. As diversas camadas do solo explicam por que essa tarefa é tão complexa na região.
"São várias camadas de sedimentação orgânica, que vão se acumulando ano após ano de enchentes e secas. Isso vira material combustível", explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Mesmo após a extinção das chamas na superfície, o calor remanescente no subsolo pode reacender incêndios, fenômeno conhecido como fogo de turfa.
Após combater as chamas, as equipes precisam permanecer no local para monitorar possíveis focos de calor. O solo pode ainda conter calor latente, o que exige um acompanhamento constante. Para mitigar esse risco, mais água é utilizada para resfriar o solo, e novos focos de calor são monitorados por satélites.
Entre janeiro e setembro deste ano, o Pantanal registrou 7.309 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Embora nem todos tenham se tornado incêndios, todos apresentam potencial de se tornarem.
Além do Pantanal, o combate a incêndios também se estende ao Cerrado e a áreas da Mata Atlântica no estado, que registraram 3.517 e 937 focos, respectivamente.