MEC anuncia preparação de projeto de lei para vetar celulares em escolas públicas e privadas

Unesco divulgou relatório, em julho deste ano, no qual chama a atenção para os possíveis prejuízos na concentração dos estudantes e chega a sugerir que os celulares sejam banidos das escolas

20/09/2024 00h00 - Atualizado em 20/09/2024 às 19h37

Por redação

O Ministério da Educação (MEC) está finalizando os preparativos para divulgar, em outubro, um projeto de lei com o objetivo de proibir o uso de celulares em escolas públicas e privadas do Brasil.

Segundo a pasta, a iniciativa vai dar segurança jurídica para estados e municípios que já vinham discutindo a proibição. A data de divulgação não foi confirmada.

Segundo a pesquisa TIC Educação 2023, lançada no início de agosto pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, o uso de celular já é proibido em 28% das escolas urbanas e rurais do país. Além disso, 6 em cada 10 escolas adotam algum tipo de regra, como determinar horários e locais específicos em que o aparelho pode ser acessado.

As restrições vêm se intensificando nos últimos anos. Ainda segundo o levantamento da TIC Educação, entre as instituições que atendem apenas alunos mais novos, a parcela das que proíbem a utilização do celular passou de 32% (em 2020) para 43% (em 2023).

Considerando as instituições que oferecem também os anos finais do ensino fundamental, a porcentagem subiu de 10% para 21% nesse período. Já nos colégios com ensino médio, o controle parece ser menor: apenas 8% baniram o uso do aparelho.

Debate sobre a proibição

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em relatório divulgado em julho deste ano, faz uma leitura crítica da tecnologia nas salas de aula e afirma que seu uso não pode ser "soberano".

A entidade chama a atenção para os possíveis prejuízos na concentração dos estudantes e chega a sugerir que os celulares sejam banidos das escolas.

Outro estudo, feito pela Universidade de Stavanger, na Noruega, em 2012, diz que apenas "scrollar" um site, em vez de virar a página de um livro físico, atrapalha a memória e prejudica a interpretação.

E a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que esse excesso de tecnologia leva a prejuízos na comunicação, problemas no sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo.


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