Por Lauren Netto
Uma pesquisa recente do Censo da Educação Superior 2023, divulgada nesta quinta-feira (3) pelo Inep e pelo MEC, revelou que 67% dos alunos em cursos de formação de professores estão matriculados em modalidades de ensino à distância (EAD). Entre os ingressantes de 2022, o percentual é ainda maior, chegando a 81%.
O crescimento da EAD gera preocupações entre especialistas e no próprio Ministério da Educação, que apontam para a fragilidade da formação docente nessa modalidade. Cursos gravados e a falta de interação presencial são considerados entraves à qualidade educacional.
Para enfrentar essa questão, o MEC estabeleceu que ao menos 50% da carga horária dos cursos de licenciatura oferecidos à distância deve ser presencial. Além disso, novas autorizações para criação de cursos EAD foram suspensas até março de 2025.
Apesar da popularidade crescente, as graduações presenciais ainda mantêm o maior número de matrículas ativas, com 5 milhões de estudantes, enquanto 4,9 milhões frequentam o ensino à distância. No entanto, a tendência é que os números se equiparem em breve.
A licenciatura em pedagogia lidera entre os cursos de formação de professores, com mais de 53% das matrículas.
Outro destaque do Censo foi o leve aumento no número de participantes do Enem em 2023. O exame, principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, registrou 2,7 milhões de inscritos, representando 55,9% dos concluintes do ensino médio.
Ainda assim, o percentual de brasileiros com diploma universitário permanece abaixo da média da OCDE, especialmente entre os mais jovens, onde apenas 22% possuem ensino superior, comparado à média de 47,4% nos países da organização.