Por Andrella Okata
Após cinco anos fora de vigor, o horário de verão poderá ser retomado no Brasil a partir de novembro, caso as condições climáticas continuem adversas. O anúncio foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na quarta-feira (2), durante um evento. Segundo o ministro, a medida está em estudo como uma alternativa para enfrentar a crise hídrica e o aumento das queimadas, que têm pressionado o setor elétrico.
O horário de verão, que foi extinto em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, adiantava os relógios em uma hora nos meses de outubro a fevereiro em diversos estados. A medida, à época, foi revogada com base em estudos que apontavam uma redução na economia de energia e efeitos negativos no relógio biológico da população.
Silveira também destacou que já discutiu o tema com executivos do setor aéreo, que pedem um prazo mínimo de 45 dias para adaptação das operações caso a mudança seja aprovada. John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que a reprogramação de voos e a logística da malha aérea precisariam ser ajustadas, impactando o setor de forma significativa.
Além do setor elétrico e aéreo, o eventual retorno do horário de verão também gera preocupações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, alertou que a mudança de horário poderia interferir no processo eleitoral das eleições municipais de 2024, afetando tanto a votação quanto a apuração dos resultados.
O horário de verão foi aplicado em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros, além do Distrito Federal, e seu retorno é visto como uma possível solução emergencial diante dos desafios climáticos e energéticos enfrentados pelo país.
