Receita Federal suspenderá CNPJ de comércios que venderem cigarros eletrônicos

Medida entra em vigor em 10 dias e visa combater produtos que ameaçam a saúde pública

16/10/2024 00h00 - Atualizado em 16/10/2024 às 21h05

Por Andrella Okata

A Receita Federal anunciou nesta quarta-feira (16) que comércios flagrados vendendo cigarros eletrônicos terão seus CNPJs suspensos. A nova medida, estabelecida pela Instrução Normativa RFB 2.229, publicada no Diário Oficial da União, passará a valer em 10 dias e visa reprimir a comercialização de produtos considerados nocivos à saúde pública, como vapes e outros dispositivos fumígenos proibidos.

De acordo com o texto da normativa, a suspensão será aplicada a estabelecimentos que forem identificados realizando "atividades de comercialização, exposição, armazenamento, guarda ou transporte de produtos proibidos, que representam potencial risco à saúde pública, ao meio ambiente ou à segurança". A Receita Federal destacou que a medida também é parte de uma estratégia para combater o crime organizado e a lavagem de dinheiro no país.

Os cigarros eletrônicos estão proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, com a comercialização, importação, transporte e propaganda desses dispositivos vedada no Brasil. Em abril de 2024, a agência reafirmou a proibição desses produtos, mantendo restrições para proteger a saúde pública.

Apesar da proibição em vigor, a regulamentação dos cigarros eletrônicos ainda está sendo discutida no Senado, por meio de um projeto de lei da senadora Soraya Thronicke. O projeto propõe a liberação e regulamentação da produção, comercialização e consumo desses dispositivos, equiparando seu uso às mesmas normas dos cigarros convencionais, como a proibição de consumo em locais fechados e a venda restrita a maiores de 18 anos.

O debate sobre o projeto está em andamento, sem uma definição até o momento. Se aprovado, quem desobedecer as regras estará sujeito a multas de R$ 20 mil a R$ 10 milhões e até prisão de dois a quatro anos. Para a senadora Soraya, a regulamentação visa controlar o mercado e reduzir os riscos à saúde: "O problema não está no dispositivo em si, mas no que há dentro de cada um deles. Discurso ideológico não resolve a questão", argumentou a parlamentar.


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