Por Andrella Okata
Nesta quinta-feira (17), frigoríficos de Campo Grande começaram a pagar R$ 300,00 pela arroba do boi gordo a prazo. De acordo com Guilherme Bumlai, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), essa valorização se deve à baixa oferta de animais prontos para o abate, à redução das escalas de abate – que no estado estão em torno de seis dias – e ao crescimento das exportações de carne.
Dados do Portal DBO, especializado em pecuária, apontam que 13 das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto apresentaram aumento no preço do boi gordo no dia 15 de outubro. Entre os estados que registraram valorização estão São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Em MS, o "boi-China" chegou a ser comercializado a R$ 302,00 a arroba, ficando atrás apenas de São Paulo, onde o preço atingiu R$ 305,00.
Conforme o Boletim Casa Rural da Famasul, a valorização do preço da arroba está associada ao aumento da demanda internacional, com destaque para a China, principal destino da carne bovina de Mato Grosso do Sul. No acumulado de 2024, o preço da arroba do boi teve um aumento de 19,1%, enquanto a arroba da vaca registrou alta de 19,5% em comparação ao mesmo período de 2023.
AUMENTO NO ABATE E EXPORTAÇÕES
Entre janeiro e setembro de 2024, o número de animais abatidos em Mato Grosso do Sul alcançou 3,07 milhões de cabeças, um aumento de 17,5% em relação ao mesmo período de 2023. As vacas responderam por 47,1% desse total, com um crescimento de 9,2% no número de abates.
No que diz respeito às exportações, a China segue como o maior comprador da carne bovina sul-mato-grossense, representando 23,6% do faturamento e adquirindo 45,3 mil toneladas nos primeiros nove meses de 2024. Esse volume é 22,4% superior ao registrado em 2023.
OTIMISMO NO MERCADO FUTURO
O cenário de valorização da arroba também se reflete no mercado futuro. Na Bolsa brasileira B3, os contratos de outubro de 2024 registraram alta de 11,2%, com a arroba negociada a R$ 310,50. A tendência de aumento continuou nos contratos de novembro e dezembro, reforçando o otimismo entre os agentes de mercado. A expectativa é que a alta nos preços se mantenha, impulsionada pela demanda externa e pela redução na oferta de animais prontos para o abate.