Por redação
O Nubank anunciou sua entrada no setor de telecomunicações com o lançamento do NuCel, sua nova operadora de telefonia móvel. Este é o primeiro grande movimento do banco fora do setor financeiro, prometendo uma experiência focada em simplicidade e transparência, características que fizeram o Nubank se destacar no mercado bancário.
A oferta do NuCel inclui planos que variam entre R$ 45 e R$ 75 mensais, com pacotes de dados de 15GB a 35GB, oferecendo uma opção competitiva em comparação com as operadoras tradicionais. Além disso, o Nubank promete um rendimento de 120% do CDI em aplicações de até R$ 10 mil para os clientes que aderirem ao serviço, incentivando a fidelização.
Para o Nubank, o diferencial vai além do preço. Segundo Livia Chanes, CEO do Nubank Brasil, o foco está em resolver os problemas que os brasileiros enfrentam nas telecomunicações, como falta de transparência e burocracia, áreas em que o banco já mostrou ser eficaz. “Queremos levar para o setor de telecom a mesma leveza e simplicidade que introduzimos no setor financeiro”, afirma Chanes.
A parceria do Nubank com a Claro, em um modelo de operadora virtual (MVNO), permite ao NuCel operar usando a infraestrutura da Claro. Esse modelo de parceria foi estruturado para alinhar os interesses financeiros das duas empresas, diferente de outros modelos de aluguel de infraestrutura, muitas vezes limitados em competitividade de preço. Paulo Barbosa, gerente-geral do NuCel, destacou o alinhamento estratégico com a Claro, mas sem revelar os detalhes financeiros da parceria.
A proposta do NuCel é 100% digital, mantendo a essência do Nubank. Os clientes poderão assinar e gerenciar seus planos diretamente pelo aplicativo, com ativação disponível em até duas horas. O NuCel também oferece recursos como recarga automática, um benefício que promete evitar interrupções inesperadas no uso dos dados.
A previsão para o NuCel é otimista: a XP Investimentos já classificou a novidade como um possível “cisne roxo” no setor de telecomunicações, estimando que o Nubank possa conquistar até 7% do mercado móvel em três anos. O BTG, por outro lado, é mais cauteloso, citando dificuldades históricas das MVNOs em se manterem competitivas e lembrando que o mercado brasileiro de telecomunicações é altamente sensível ao preço, especialmente no segmento pré-pago e controle.
A entrada do NuCel será gradual e, no início, estará disponível apenas para clientes com dispositivos compatíveis com o eSim. Com o tempo, o serviço será expandido para incluir chips físicos, ampliando o acesso a uma base de clientes mais abrangente.
Com esse novo movimento, o Nubank espera atrair um público que busca flexibilidade e uma experiência simplificada, colocando-se como uma alternativa aos grandes players de telecomunicações, enquanto aproveita sua vasta base de mais de 100 milhões de clientes para expandir sua presença e consolidar sua marca em um novo setor.
