Por Andrella Okata
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande registrou 92 casos de hepatite A até o início de novembro de 2024. O número de diagnósticos teve um aumento em outubro, quando 28 pessoas foram diagnosticadas com a doença, o maior registro mensal do ano. A maioria dos casos ocorre entre homens na faixa etária de 20 a 39 anos.
De acordo com os dados divulgados pela Sesau, até o momento, 58 homens e 34 mulheres foram diagnosticados com hepatite A na capital. Embora não haja um perfil específico para os pacientes, a Sesau desenvolveu um questionário para realizar a busca ativa de novos casos.
O primeiro caso da doença em Campo Grande foi registrado em abril de 2024, e o número de diagnósticos começou a crescer entre 16 e 22 de setembro, quando 12 pessoas foram diagnosticadas com hepatite A. Esse padrão se repetiu na semana seguinte, com outros 12 casos confirmados, e a doença continuou a se espalhar em outubro, mês com maior aumento no número de casos.
Além da capital, outros seis municípios de Mato Grosso do Sul também registraram casos de hepatite A em 2024, totalizando 86 infecções no estado. Entretanto, o alerta para a doença permanece restrito a Campo Grande, devido ao número de casos concentrado na cidade. A transmissão da hepatite A ocorre principalmente por via fecal-oral, sendo associada ao consumo de alimentos ou água contaminados, condições inadequadas de saneamento básico, e também por contato pessoal próximo.
A vacinação, que está disponível no calendário vacinal infantil, pode ser aplicada a partir dos 15 meses de idade. A vacina também está disponível para pessoas com condições de saúde específicas, como portadores de hepatopatias crônicas e pessoas vivendo com HIV, no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), localizado no ambulatório do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS).
PREVENÇÃO E ORIENTAÇÕES
A vacinação continua sendo a principal forma de prevenção contra a hepatite A. Para evitar a doença, a Sesau orienta práticas de higiene, como lavar bem as mãos antes de manusear alimentos, desinfetar frutas e vegetais, e cozinhar bem os alimentos. Além disso, é recomendado evitar banhos em locais com esgoto a céu aberto e o compartilhamento de utensílios como bombas de tereré e narguilés.
A hepatite A é uma doença viral que pode causar sintomas como fadiga, febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, icterícia (amarelecimento da pele e dos olhos) e urina escura. Embora não exista tratamento específico, a doença geralmente se resolve sozinha em até dois meses, e a hospitalização é indicada apenas em casos graves de insuficiência hepática. A automedicação, especialmente com o uso de paracetamol, deve ser evitada, pois pode agravar o quadro clínico.