Por Andrella Okata
Durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, realizada nesta segunda-feira (18), a Argentina confirmou sua adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O pacto é uma das iniciativas centrais da presidência brasileira do grupo, liderada pelo Brasil e representada por Luiz Inácio Lula da Silva. Com a entrada de última hora, o número total de membros da aliança sobe para 148, incluindo 82 países.
A inclusão argentina ocorreu após a publicação de uma segunda versão da lista de membros. Segundo o ministro brasileiro Wellington Dias, responsável pela pasta de Desenvolvimento e Assistência Social, o atraso na adesão foi resultado de um "processo de negociação" conduzido pelo presidente argentino, Javier Milei.
"A Argentina participou desde o início da construção da aliança. No entanto, o presidente Milei ainda estava em processo de diálogo e entendimento. Ele próprio reconheceu o agravamento da situação da pobreza no país, que ultrapassou 50%", explicou Dias.
A postura de Javier Milei, que recentemente assumiu a presidência da Argentina, tem gerado apreensão entre líderes do G20. Conhecido por suas declarações controversas, também atraiu atenção por sua postura negacionista em relação às mudanças climáticas.
CONTEXTO GLOBAL PREOCUPANTE
O lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza reflete as "tendências preocupantes" apontadas pelo G20 e pela ONU. Projeções indicam que 622 milhões de pessoas viverão abaixo da linha da pobreza extrema até 2030, e 582 milhões enfrentarão fome. Relatórios recentes também mostram que o planeta regrediu 15 anos no combate à desnutrição e à pobreza.
A adesão argentina sela o compromisso com os três eixos prioritários da presidência brasileira do G20: inclusão social, transição energética sustentável e reforma da governança global.
