Por Andrella Okata
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) determinou medidas emergenciais para investigar e mitigar os danos ambientais no Rio da Prata, localizado na região de Jardim, a 236 quilômetros de Campo Grande. Entre as ações, está o plantio de mudas nativas em áreas de preservação permanente (APPs) das fazendas Santa Maria I e II, além de uma vistoria para identificar possíveis barragens que estejam bloqueando o fluxo do rio.
A iniciativa integra dois inquéritos distintos conduzidos pela Promotoria de Jardim, liderada pelo promotor Allan Carlos Cobacho do Prado. O primeiro investiga a interrupção do fluxo hídrico, detectado em julho, e o segundo busca identificar as causas da poluição e do turvamento das águas do Rio da Prata, agravados pelo desemboque do Rio Verde, seu afluente.
A vistoria foi solicitada à Polícia Militar Ambiental (PMA), que deve inspecionar desde a nascente do rio, localizada na Fazenda Figueira, até propriedades que possam estar contribuindo para a seca. Um dos casos investigados envolve uma barragem improvisada com sacos de ráfia cheios de terra, encontrada por ambientalistas do grupo Unidos do Rio da Prata.
Os problemas ambientais incluem o desaparecimento de trechos de água e a presença de lama em outros pontos, o que compromete a atratividade turística da região. O MPMS suspeita que a ausência de vegetação em áreas de APP esteja contribuindo para esses impactos. Por isso, o presidente do Instituto de Guarda Mirim Ambiental (IGMA), Julião Gaúna Soares, foi notificado a coordenar o plantio de mudas nativas em propriedades afetadas, com prazo de 15 dias para responder à solicitação.
REPERCUSSÃO LOCAL
Após chuvas recentes, moradores celebraram o aumento no fluxo de água sob a ponte do Curê, mas especialistas alertam que ações estruturais são necessárias para garantir a recuperação sustentável do Rio da Prata.
A região, que é conhecida pela prática de ecoturismo, depende da preservação do rio para manter sua relevância ambiental e econômica. As investigações seguem em andamento, com expectativa de novos relatórios da PMA e ações de reparação nos próximos meses.