Por Lauren Netto
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, simboliza a luta e a resistência da população negra no Brasil, destacando suas contribuições históricas e culturais para a formação do país. A data foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo da história brasileira, morto em 1695, e tornou-se um marco na reflexão sobre as desigualdades raciais ainda existentes.
A ideia de criar um dia dedicado à consciência negra começou a ganhar força nas décadas de 1960 e 1970, no contexto dos movimentos sociais que buscavam dar visibilidade à luta contra o racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira. Inspirados por líderes como Abdias do Nascimento, ativistas do Movimento Negro Unificado (MNU) propuseram uma data que exaltasse a resistência e não apenas a abolição formal da escravidão, como é o caso do 13 de maio. A escolha do 20 de novembro foi estratégica, simbolizando uma resistência ativa e coletiva.
O reconhecimento oficial veio gradualmente. Em 2003, o Dia da Consciência Negra foi incluído no calendário escolar como um momento de debate e valorização da história afro-brasileira. Em 2011, a data passou a ser feriado em diversas cidades e estados, e, em 2023, tornou-se feriado nacional por decreto presidencial. A celebração não é apenas um tributo ao passado, mas também um chamado à reflexão sobre o presente, reforçando a necessidade de políticas públicas inclusivas e educação antirracista.