CEO do Carrefour se desculpa por declarações sobre carne brasileira após boicote de frigoríficos

Alexandre Bompard enviou uma carta ao ministro da Agricultura para esclarecer mal-entendido e reafirmar compromisso com o agronegócio brasileiro

26/11/2024 00h00 - Atualizado em 26/11/2024 às 13h47

Por Andrella Okata

Alexandre Bompard, CEO do Grupo Carrefour, pediu desculpas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, após a polêmica envolvendo a suspensão da venda de carne brasileira na França. Em uma carta enviada na segunda-feira (25), Bompard reconheceu que a comunicação do Carrefour França gerou confusão e poderia ter sido interpretada como um questionamento à qualidade da carne brasileira, o que não refletia a posição do grupo.

"Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas", afirmou Bompard na carta.

A crise teve início na semana passada, quando o CEO anunciou que o Carrefour não comercializaria mais carnes do Mercosul na França. A medida gerou uma reação imediata dos frigoríficos brasileiros, que decidiram suspender o fornecimento de carne para o Carrefour no Brasil.

Bompard aproveitou para reforçar o compromisso do grupo com o Brasil, destacando que o país foi o local de maior investimento recente do Carrefour. "Nos últimos anos, o Grupo Carrefour Brasil acelerou seu desenvolvimento, dobrando tanto o volume de seus investimentos no país quanto suas compras da agricultura brasileira, o que confirma nossa ambição e nosso comprometimento com o país. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil", ressaltou.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), criticou a atitude do Carrefour, chamando-a de "absurdo comercial" e afirmando que ações como essa prejudicam as relações comerciais. "Nós estamos acompanhando a discussão do Carrefour inibindo e proibindo a compra de carne do Mercosul. É esse tipo de coisa que queremos combater, absurdos comerciais que transportam para essa relação algo negativo", declarou Riedel.


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