Seca e queimadas reduzem moagem de cana no Centro-Sul em mais de 50%

Clima desfavorável impacta produção e afeta ritmo de usinas na região

28/11/2024 00h00 - Atualizado em 28/11/2024 às 19h41

Por Andrella Okata

A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil despencou 52,8% na primeira quinzena de novembro, atingindo 16,46 milhões de toneladas, em comparação com 34,88 milhões registradas no mesmo período da safra anterior. O acumulado da safra 2024/2025 também apresenta queda: 582,61 milhões de toneladas processadas até 16 de novembro, uma redução de 2,24% em relação ao ciclo anterior.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a seca e as queimadas são as principais responsáveis por essa queda, causando paradas pontuais em usinas e impactando a produtividade. O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, destacou que, além das unidades que já haviam programado o término das operações, o clima adverso interrompeu o processamento em diversas plantas da região.

Até a primeira quinzena de novembro, 65 unidades produtoras encerraram as atividades na safra atual, contra 50 no mesmo período do ciclo anterior. Das 223 usinas em operação, 204 processam cana, enquanto 19 são voltadas para a produção de etanol.

PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ETANOL SEGUE EM QUEDA

A produção de açúcar também foi impactada. Nos primeiros 15 dias de novembro, a fabricação totalizou 897,53 mil toneladas, uma redução de 59,18% em comparação com o mesmo período da safra passada. O acumulado do ciclo registrou 38,27 milhões de toneladas (-3,04%).

A produção de etanol hidratado também caiu 38,8%, somando 608,08 milhões de litros na quinzena. No entanto, o acumulado da safra trouxe números positivos, com 29,92 bilhões de litros fabricados (+4,50%), puxados pelo aumento de 12% no etanol hidratado.

Apesar das dificuldades, a qualidade da matéria-prima apresentou uma melhora. O índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) subiu 0,63%, alcançando 133,09 kg por tonelada na quinzena. No acumulado da safra, o índice chegou a 142,31 kg por tonelada, uma variação positiva de 1,22%.


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