Por Lauren Netto
O Brasil tem mostrado avanços significativos no tratamento e controle do HIV, com 95% das pessoas que vivem com o vírus em tratamento atingindo a supressão viral. Esse resultado indica que essas pessoas não transmitem a doença, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (28).
De acordo com o relatório, 2023 foi um ano de grandes conquistas para o país no combate ao HIV. O Brasil diagnosticou 96% das pessoas estimadas para ter HIV, cumprindo uma das metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a erradicação da Aids. Essas metas incluem a realização de diagnóstico de 95% das pessoas vivendo com HIV, 95% delas em tratamento antirretroviral e, entre essas, 95% com supressão viral, um indicador importante para prevenir a transmissão do vírus.
Avanços no diagnóstico e tratamento
Esse progresso é um reflexo das políticas públicas e estratégias de saúde adotadas nos últimos anos, como a ampliação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz o risco de infecção pelo HIV, além de facilitar o diagnóstico precoce. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que esse avanço é fruto de um trabalho conjunto entre o governo, a sociedade civil e os movimentos sociais, que têm sido essenciais para transformar a agenda de prevenção e tratamento em uma prioridade nacional.
"Não foi fácil essa reconstrução. Esse trabalho é resultado do diálogo com a sociedade civil e vários movimentos que, historicamente, também foram responsáveis pela centralidade que a agenda passou a ter como política pública", afirmou a ministra.
Campanha de conscientização e metas para 2027
Em paralelo aos resultados positivos, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha de conscientização sobre o HIV com o tema "HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se", ressaltando que quando o HIV é indetectável, a transmissão é nula. O governo também anunciou as “Diretrizes para a eliminação da aids e a transmissão do HIV como problemas de saúde no Brasil”, com uma série de metas até 2027, incluindo o aumento da testagem, ampliação da PrEP e redução das mortes por aids em 50%.
O projeto de eliminação da transmissão vertical do HIV, com foco em gestantes e crianças expostas ao vírus, também é um dos pilares das novas estratégias. O Ministério da Saúde espera alcançar 29 metas até 2027, que incluem a redução da proporção de diagnósticos tardios e a garantia de tratamento contínuo para todas as pessoas diagnosticadas com HIV.
Essas estratégias e campanhas são apoiadas por organizações civis, como a Umane, que ajudam a promover a saúde pública no país. Com esses avanços, o Brasil segue firme no caminho para erradicar a Aids como um problema de saúde pública até 2030, consolidando-se como uma referência global no enfrentamento do HIV.