Presidente sul-coreano revoga lei marcial após bloqueio parlamentar

Decisão foi anunciada após Assembleia Nacional rejeitar a medida de forma unânime

03/12/2024 00h00 - Atualizado em 03/12/2024 às 21h12

Por Redação

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, revogou o decreto de lei marcial nesta terça-feira (3), poucas horas após o Parlamento rejeitar de forma unânime a medida. A decisão foi anunciada em pronunciamento oficial, no qual Yoon reafirmou críticas ao Legislativo e justificou suas ações como necessárias para preservar a ordem constitucional.

A lei marcial, que não era decretada no país desde 1979, suspende temporariamente os direitos civis e transfere o controle governamental para os militares. A medida havia sido anunciada como resposta a supostas "ameaças anti-Estado" e "forças pró-Coreia do Norte". Contudo, líderes da oposição acusaram o presidente de tentar consolidar poder autoritário diante de impasses políticos.

Tensão entre Executivo e Legislativo

O decreto de Yoon ocorreu em meio a um cenário de conflitos com o Parlamento, dominado pelo opositor Partido Democrático (DPK). Recentemente, a Assembleia Nacional aprovou um orçamento reduzido para 2025, desafiando o governo, e iniciou processos de impeachment contra altos funcionários da administração.

Logo após a declaração da lei marcial, tropas foram deslocadas para o Parlamento. No entanto, parlamentares de diversos partidos, incluindo aliados de Yoon, reagiram rapidamente, aprovando uma resolução que obrigava o presidente a encerrar a medida. A Constituição sul-coreana determina que a lei marcial deve ser suspensa caso o Legislativo assim exija.

Pronunciamento e críticas

Ao anunciar a suspensão, Yoon manteve críticas à oposição:

"Embora tenha aceitado a decisão da Assembleia Nacional, reitero que ações imprudentes que paralisam as funções do Estado não podem continuar."

A comunidade internacional também se manifestou. O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com os acontecimentos, classificando-os como inesperados e preocupantes para a estabilidade democrática da região.

Impactos e reações

A crise política expôs divisões profundas na Coreia do Sul e levantou questionamentos sobre o futuro da democracia no país. Analistas temem que o episódio possa ter impactos duradouros na estabilidade política e nas relações internacionais, enquanto protestos eclodem em várias cidades em defesa da democracia.

O episódio encerra um dia de alta tensão, mas deixa o governo Yoon sob pressão crescente tanto no cenário interno quanto no internacional.


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