Por Redação
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, revogou o decreto de lei marcial nesta terça-feira (3), poucas horas após o Parlamento rejeitar de forma unânime a medida. A decisão foi anunciada em pronunciamento oficial, no qual Yoon reafirmou críticas ao Legislativo e justificou suas ações como necessárias para preservar a ordem constitucional.
A lei marcial, que não era decretada no país desde 1979, suspende temporariamente os direitos civis e transfere o controle governamental para os militares. A medida havia sido anunciada como resposta a supostas "ameaças anti-Estado" e "forças pró-Coreia do Norte". Contudo, líderes da oposição acusaram o presidente de tentar consolidar poder autoritário diante de impasses políticos.
Tensão entre Executivo e Legislativo
O decreto de Yoon ocorreu em meio a um cenário de conflitos com o Parlamento, dominado pelo opositor Partido Democrático (DPK). Recentemente, a Assembleia Nacional aprovou um orçamento reduzido para 2025, desafiando o governo, e iniciou processos de impeachment contra altos funcionários da administração.
Logo após a declaração da lei marcial, tropas foram deslocadas para o Parlamento. No entanto, parlamentares de diversos partidos, incluindo aliados de Yoon, reagiram rapidamente, aprovando uma resolução que obrigava o presidente a encerrar a medida. A Constituição sul-coreana determina que a lei marcial deve ser suspensa caso o Legislativo assim exija.
Pronunciamento e críticas
Ao anunciar a suspensão, Yoon manteve críticas à oposição:
"Embora tenha aceitado a decisão da Assembleia Nacional, reitero que ações imprudentes que paralisam as funções do Estado não podem continuar."
A comunidade internacional também se manifestou. O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com os acontecimentos, classificando-os como inesperados e preocupantes para a estabilidade democrática da região.
Impactos e reações
A crise política expôs divisões profundas na Coreia do Sul e levantou questionamentos sobre o futuro da democracia no país. Analistas temem que o episódio possa ter impactos duradouros na estabilidade política e nas relações internacionais, enquanto protestos eclodem em várias cidades em defesa da democracia.
O episódio encerra um dia de alta tensão, mas deixa o governo Yoon sob pressão crescente tanto no cenário interno quanto no internacional.