Após veto à dragagem, Antaq acelera privatização do Rio Paraguai para resolver problemas de transporte

Agência prevê licitação em 2025 para viabilizar melhorias e retomar transporte de cargas no Pantanal

04/12/2024 00h00 - Atualizado em 04/12/2024 às 20h59

Por Andrella Okata

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) anunciou a aceleração do processo de concessão da hidrovia do Rio Paraguai, após o veto do Ibama à dragagem de manutenção no local. A medida busca transferir à iniciativa privada a responsabilidade por obras e serviços essenciais, como a remoção de bancos de areia, sinalização e balizamento, com previsão de licitação para o segundo semestre de 2025.

A concessão visa estruturar o transporte fluvial na região, atualmente prejudicado pela seca histórica que levou a uma redução de 60% no volume transportado em 2024. No ano passado, quando o rio atingiu níveis favoráveis, mais de 7,9 milhões de toneladas de minério e grãos foram movimentados, um recorde histórico.

Com a privatização, espera-se a ampliação do uso da hidrovia, incluindo os trechos entre Corumbá (MS) e Cáceres (MT), e a possibilidade de quadruplicar o volume de cargas transportadas. O modelo inclui a cobrança de tarifas após a implementação de benfeitorias previstas no contrato, como a dragagem de manutenção, que agora será executada pela concessionária vencedora.

A concessão aumenta a competitividade do transporte hidroviário no Brasil, um modal que, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), reduz custos em até 30% comparado ao rodoviário e emite menos dióxido de carbono. Atualmente, apenas 19,2 mil km dos 42 mil km de vias navegáveis do país são utilizados.


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