Por redação
A sessão da Câmara Municipal de Campo Grande, marcada para deliberar sobre a reestruturação das secretarias municipais, foi adiada nesta terça-feira (10) devido a um apagão de energia elétrica que deixou o local sem luz por cerca de duas horas. A votação, que envolve a proposta de fusão de diversas pastas, será realizada novamente nesta quarta-feira (11), às 9h.
O Projeto de Reforma Administrativa, que prevê a fusão da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) com a Secretaria de Meio Ambiente (Semadur) e a criação de uma fundação para gerir a Cultura, gerou protestos durante a sessão.
O presidente da Câmara, vereador Carlos Augusto Borges (Carlão, PSB), se posicionou contra a proposta de extinção da Secretaria de Cultura, destacando a necessidade de uma reforma na gestão pública, mas sem prejudicar os profissionais do setor. “O que queremos é garantir que os direitos dos trabalhadores da cultura sejam respeitados, que os recursos federais sejam adequadamente administrados e que a Secretaria de Cultura permaneça firme, cumprindo seu papel fundamental na cidade. A competência da cultura precisa estar bem definida em um projeto de lei”, afirmou.
Já o vereador Ronilço Guerriero (Podemos) sugeriu a criação de uma fundação para gerir a cultura, com orçamento próprio, como alternativa à extinção da Secretaria de Cultura. "A fundação vai poder entrar nessa área de turismo e seguir exemplos de outras cidades, como Goiânia. A proposta é integrar também com a Secretaria de Educação. Por isso, o processo de negociação exige diálogo, para que as funções e recursos sejam bem distribuídos", argumenta.
A criação do Fundo Municipal da Juventude, por exemplo, foi um dos encaminhamentos sugeridos pelos manifestantes, que também pediram mudanças na regulamentação do Conselho Municipal da Juventude (CMJ), para garantir maior autonomia e efetividade nas decisões relacionadas às políticas de juventude
Fernanda Kunzler, uma das representantes do setor teatral em Campo Grande, expressou durante a sessão o sentimento de "humilhação" e "desrespeito" com a proposta de extinção da Secretaria de Cultura. "Estamos indignados porque todo ano temos que vir aqui reafirmar nosso espaço, lutar para que ele continue existindo. Temos que estar aqui lutando e brigando por algo que é um direito constitucional: o direito à cultura, o direito de exercer a cultura, de ter acesso à cultura e de trabalhar com a cultura. Isso não deveria ser uma batalha constante”, reforça.