Por Andrella Okata
Um aplicativo desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) proporciona uma nova maneira de pessoas com deficiência auditiva vivenciarem a música. O sistema, chamado Timbrasom, traduz sons em vibrações rítmicas que podem ser sentidas diretamente no smartphone, sem a necessidade de processadores potentes. Embora ainda esteja em sua versão inicial, o aplicativo já está com suas funcionalidades principais operacionais.
Idealizado pelo doutorando Rafael Zinni Lopes, em parceria com o também pesquisador Victor Dias de Oliveira, o Timbrasom nasceu há três anos com o objetivo de ampliar o acesso das pessoas surdas ao universo musical. A ferramenta foi inspirada na experiência de Lopes ao analisar sons durante seu estágio no Laboratório Bioma da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e, desde então, vem sendo aprimorada em hackathons voltados à inclusão.
Disponível gratuitamente para dispositivos Android, o aplicativo realiza uma tradução em tempo real de sons ambientes e áudio de outros aplicativos, como YouTube e Netflix. Ao invés de simplesmente reproduzir os sons, o Timbrasom converte essas frequências em vibrações que podem ser sentidas pelo usuário, proporcionando uma nova forma de interação com a música.
FUNCIONALIDADES
Entre as principais funções do Timbrasom, estão a tradução dos sons do ambiente e a tradução simultânea do áudio de outros aplicativos. A tecnologia foi testada com sucesso em uma apresentação da Utah Symphony, nos Estados Unidos, onde traduziu as frequências agudas do violino em vibrações para o público surdo.
Os criadores do Timbrasom planejam fazer adaptações para o ensino de dança, ajudando pessoas surdas a perceberem o ritmo por meio das vibrações, e também estão em negociações com uma empresa automobilística para adaptar a tecnologia aos veículos, para que motoristas surdos percebam sons internos e externos do carro também por meio de vibrações.