Por Lauren Netto
A área queimada no Brasil entre janeiro e novembro de 2024 cresceu 90% em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando 29,7 milhões de hectares, segundo o Monitor do Fogo, projeto do MapBiomas. O número representa a maior extensão devastada pelo fogo em seis anos.
A Amazônia foi a região mais afetada, com 16,9 milhões de hectares queimados, sendo 7,6 milhões de florestas. No Cerrado, o segundo bioma mais atingido, o fogo consumiu 9,6 milhões de hectares, dos quais 85% em áreas de vegetação nativa. O Pantanal também registrou alta significativa, com 1,9 milhão de hectares queimados, um aumento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos.
A coordenadora do Monitor do Fogo, Ane Alencar, destacou que as condições climáticas extremas intensificaram as queimadas e alertou para a necessidade de controle rigoroso do uso do fogo e combate ao desmatamento.
Devastação por estado e municípios
O Pará liderou o ranking de estados com maior área queimada, totalizando 6,97 milhões de hectares entre janeiro e novembro, o equivalente a 23% de toda a devastação nacional. Mato Grosso (6,8 milhões de hectares) e Tocantins (2,7 milhões de hectares) aparecem na sequência.
Entre os municípios, São Félix do Xingu (PA) registrou a maior área queimada, com 1,47 milhão de hectares, seguido por Corumbá (MS), com 837 mil hectares.
Dados por biomas
O estudo também revelou que 73% da área queimada no Brasil atingiu vegetação nativa, com florestas representando 25% do total. No Cerrado, 74% das queimadas de novembro ocorreram em vegetação nativa, sendo a maioria em formações savânicas e florestais.
Em novembro, o fogo devastou 2,2 milhões de hectares no país, sendo 81% na Amazônia. O Pará concentrou quase metade dessa destruição mensal, com 870 mil hectares queimados.