Anvisa autoriza produção nacional em 2025 de medicamentos alternativos ao Ozempic

Substância com liraglutida será produzida pela farmacêutica EMS, e usada em tratamentos contra diabetes e obesidade com previsão de lançamento em 2025

23/12/2024 00h00 - Atualizado em 24/12/2024 às 19h15

Por Andrella Okata

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção dos primeiros medicamentos nacionais à base de liraglutida, substância usada no tratamento de diabetes e obesidade. A farmacêutica EMS será responsável por fabricar os remédios Lirux e Olire, que deverão chegar ao mercado ao longo de 2025.

A liraglutida é o princípio ativo de medicamentos amplamente conhecidos, como Saxenda e Victoza, da Novo Nordisk, cuja patente expirou neste ano no Brasil. Essa substância pertence à classe dos análogos de GLP-1, um hormônio intestinal que ajuda a controlar o apetite, estimula a produção de insulina e regula os níveis de açúcar no sangue.

Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da EMS, destacou o caráter pioneiro do projeto: “Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado”.

CARACTERÍSTICAS DOS NOVOS MEDICAMENTOS

Os medicamentos serão produzidos no Brasil utilizando a tecnologia UltraPurePep, que proporciona alto grau de pureza e rendimento na produção de análogos de GLP-1. O Lirux será indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, com aplicações diárias de até 1,8 mg, e será comercializado em embalagens de uma a dez canetas. Já o Olire, voltado para o combate à obesidade, terá doses diárias de até 3 mg e será vendido em pacotes de uma, três e cinco canetas.

Ambos serão administrados por injeções subcutâneas, similarmente aos demais análogos de GLP-1 disponíveis no mercado. A liraglutida exige aplicações diárias, diferentemente da semaglutida – princípio ativo do Ozempic e Wegovy –, que permite doses semanais.

Os lançamentos também reforçam a competitividade no setor, anteriormente dominado por laboratórios internacionais. A previsão é que a EMS comece a distribuir os medicamentos já no próximo ano, ampliando as opções para profissionais de saúde e pacientes. Com a produção 100% brasileira, espera-se uma maior acessibilidade aos tratamentos para diabetes e obesidade, condições que afetam milhões de pessoas no país.


Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp