Dólar volta a subir e registra alta de 1,7%; moeda é cotada a R$ 6,19

Aprovação do pacote fiscal e intervenções do Banco Central impactam o câmbio

24/12/2024 00h00 - Atualizado em 24/12/2024 às 16h22

Por Lauren Netto

O dólar iniciou a última segunda-feira (23) em alta e, por volta das 14h30, era cotado a R$ 6,19, registrando uma valorização de 1,7%. O movimento quase reverte as quedas observadas nos dias anteriores, influenciado pela aprovação do pacote fiscal no Congresso e pela atuação do Banco Central para conter a volatilidade cambial.

O otimismo inicial com as intervenções e ajustes fiscais começou a dar lugar a uma visão mais cautelosa por parte do mercado. Embora o Ministério da Fazenda tenha divulgado, na última sexta-feira (20), uma estimativa de economia de R$ 69,8 bilhões para 2025 e 2026, analistas consideram os números superestimados. Segundo projeções da XP Investimentos, o impacto real deve ser de R$ 44 bilhões. Além disso, alterações feitas pelo Legislativo e a revisão do PIB tiveram efeito negativo de R$ 2,1 bilhões sobre as contas do governo.

Outro fator que contribuiu para as oscilações da moeda na semana anterior foi a postura ativa do Banco Central, que intensificou leilões de dólares no mercado, totalizando quase US$ 30 bilhões apenas em dezembro. A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurando a independência do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também trouxe alívio temporário aos investidores.

“Quero que você saiba que jamais haverá da parte da Presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central”, afirmou Lula em um vídeo divulgado na última semana. Ele também indicou estar atento a novas medidas fiscais que podem ser necessárias além do pacote aprovado.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (23), o mercado financeiro projeta um dólar a R$ 6,00 no fechamento do ano. As incertezas fiscais, no entanto, podem manter a moeda americana em níveis elevados.


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