Por Andrella Okata
Um seleto grupo de empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, ganhou destaque por garantir aos seus acionistas pagamentos regulares e crescentes de dividendos. Chamadas de “aristocratas dos dividendos Brasil”, essas companhias são referências para investidores que buscam consistência e ganhos no longo prazo.
A pesquisa foi conduzida pela Ações Garantem Futuro (AGF) em parceria com a consultoria Elos Ayta, inspirando-se no modelo internacional das dividend aristocrats — empresas do índice S&P 500 que aumentam seus proventos por pelo menos 25 anos consecutivos. No Brasil, o critério foi adaptado à realidade do mercado local.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
O levantamento considerou apenas empresas que demonstraram crescimento anual consistente na distribuição de dividendos nos últimos cinco anos, ajustados pela inflação. Além disso, foram incluídas companhias com média diária de negociações superior a R$ 2 milhões.
Das aproximadamente 400 empresas listadas na B3, apenas oito atenderam aos critérios do estudo:
• Banco do Brasil (BBAS3)
• Localiza (RENT3)
• BTG Pactual (BPAC11)
• WEG (WEGE3)
• TIM (TIMS3)
• Tegma (TGMA3)
• CSU Digital (CSUD3)
• Schulz (SHUL4)
Entre elas, o Banco do Brasil lidera em dividend yield ajustado pelo IPCA, seguido por Tegma, CSU Digital e TIM. O estudo também revelou que sete dessas empresas proporcionaram ganhos de capital, com exceção da Localiza, e superaram o desempenho do índice Ibovespa nos últimos cinco anos. Cinco companhias (Banco do Brasil, WEG, Schulz, CSU Digital e BTG Pactual) apresentaram retornos acima da variação de 50,32% do CDI no período.
Apesar do desempenho histórico das aristocratas, analistas alertam que ganhos passados não garantem retornos futuros. Herisson Pesker, especialista em investimentos do Grupo Fractal, destacou a importância de avaliar indicadores como dividend yield (DY), relação entre preço e lucro por ação (P/L), preço e valor patrimonial (P/VP) e payout. Esses indicadores ajudam o investidor a identificar quais empresas oferecem as melhores relações de custo-benefício, otimizando a alocação de capital”, explicou Pesker.