Por Lauren Netto
As principais indústrias de café no Brasil, incluindo gigantes como JDE Peet’s, 3Corações e Melitta, preveem reajustes significativos nos preços de seus produtos para 2024. A decisão reflete o impacto das condições climáticas adversas no Brasil e no Vietnã, que reduziram a oferta global de grãos de café, levando os preços internacionais a uma alta acumulada de 80% neste ano.
A JDE Peet’s, responsável por marcas como L’Or, Jacobs e Tassimo, planeja um aumento médio de 30% em seus produtos no mercado brasileiro a partir de janeiro, segundo documentos enviados a clientes. Empresas como 3Corações e Melitta também já implementaram ou anunciaram novos reajustes. A 3Corações aplicará um aumento de 11% em janeiro, após 10% em dezembro. Já a Melitta elevou seus preços em 25% neste mês, além de um reajuste anterior de 12%.
Impactos no Brasil e no mundo
O Brasil, segundo maior consumidor de café do mundo, enfrenta diretamente os efeitos desse cenário. As indústrias citam fatores como seca nas regiões produtoras e aumento da demanda global como razões para os aumentos. Com a alta dos custos, consumidores brasileiros devem sentir o impacto nas gôndolas dos supermercados até março.
No cenário internacional, grandes torrefadoras na Europa também já haviam planejado aumentos de até 10% para o início de 2024, uma tendência que deve se intensificar. Contudo, especialistas alertam para o risco de queda na demanda em mercados emergentes, onde os consumidores podem reduzir o consumo devido à alta dos preços.
Perspectivas e desafios do mercado
O desafio de repassar os custos elevados tem pressionado as margens das grandes empresas do setor. A Nestlé, maior companhia de café do mundo, enfrenta dificuldades semelhantes, com quedas de mais de 20% em suas ações neste ano. Apesar disso, as indústrias apostam em estratégias para lidar com o impacto financeiro e manter sua competitividade.
