Alimentos ultraprocessados podem ser vilões do crescimento do câncer colorretal

Estudos apontam ligação entre dieta ocidental e inflamação crônica que favorece o crescimento do tumor; número de casos em jovens cresce em diversos países

01/01/2025 00h00 - Atualizado em 02/01/2025 às 02h42

Por Lauren Netto

O consumo de alimentos ultraprocessados pode estar diretamente relacionado ao aumento global de casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. Segundo dois estudos recentes, publicados nas revistas científicas The Lancet Oncology e Gut, a dieta rica em óleos inflamatórios e alimentos industrializados contribui para processos inflamatórios crônicos, condição que favorece o crescimento de tumores.

Pesquisadores da Sociedade Norte-Americana de Câncer (ACS) apontam que a incidência de câncer colorretal de início precoce está crescendo em 27 dos 50 países analisados, com destaque para a faixa etária entre 24 e 49 anos. Já os cientistas da Universidade do Sul da Flórida identificaram que o consumo regular de ultraprocessados desequilibra o sistema imunológico, reduzindo a capacidade do corpo de combater inflamações e, consequentemente, tornando-o mais vulnerável ao desenvolvimento do câncer.

Thiago Assunção, oncologista clínico do Instituto Paulista de Cancerologia, reforça que cerca de 90% dos casos de câncer estão relacionados ao estilo de vida. “Fatores ambientais parecem estar relacionados a esse aumento. Temos hoje um número crescente de jovens obesos — e sabe-se, cada vez mais, que o sobrepeso e a inflamação gerada pelo tecido adiposo, bem como a secreção de hormônios específicos por esse tecido — está relacionado ao desenvolvimento de tumores.”

“Nos últimos anos, temos visto um aumento considerável da incidência dessa doença em todas as idades, mas chama a atenção o número de jovens com diagnóstico de cânceres diversos”, complementa.

Além disso, especialistas destacam a importância de conscientizar a população sobre os sintomas precoces da doença, como dor abdominal, alterações no hábito intestinal, perda de peso inexplicada e sangramento retal. A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura.


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